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Estudantes de medicina fazem “maturbação coletiva” durante jogo de vôlei feminino em São Paulo

Acadêmicos do curso de Medicina da Universidade de Santo Amaro (Unisa), em São Paulo, causaram revolta nas redes sociais neste domingo após terem sido flagrados fazendo uma “masturbação coletiva”. O episódio ocorreu durante uma partida de vôlei feminino que fazia parte da Intermed, competição esportiva entre universidades realizada de 2 a 9 deste mês. Procurada pelo GLOBO, a instituição ainda não se manifestou. O Ministério das Mulheres e a União Nacional dos Estudantes (UNE) repudiam o episódio.

“Romper séculos de uma cultura misógina é uma tarefa constante que exige um olhar atento para todos os tipos de violências de gênero. Atitudes como a dos alunos de Medicina, da Unisa, jamais podem ser normalizadas”, disse a conta oficial do Ministério das Mulheres no X (antigo Twitter).

Nas imagens que repercutiram, cerca de 20 homens aparecem correndo na quadra com as calças abaixadas. Eles simulam uma “Volta Olímpica” enquanto tocam suas partes íntimas. Já em outro vídeo, é possível ver a presença dos estudantes em uma plateia assistindo ao jogo feminino e simulando a masturbação.

Após a repercussão do caso, o influenciador Felipe Neto foi ao X e mencionou o Ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino. “Olá, ministro. Sei que pode parecer ‘pouco’, mas não é. Que recado o país está dando ao deixar que esses alunos de medicina façam isso impunemente?”, escreveu ele.

“Isso é crime. Teremos o silêncio das autoridades por se tratarem de futuros médicos? Ou algo será feito? Confio em você”, continuou ele. Já a deputada Marina do MST (PT) afirmou que parte do time de futsal masculino da Unisa foi expulso dos jogos universitários após a masturbação coletiva.

“O ato se configura como importunação sexual e deve ser encarado com a seriedade que merece. São essas mesmas figuras que cuidarão da nossa sociedade quando formados médicos? Não por acaso, o curso da mesma faculdade é conhecido pelos trotes violentos, misóginos e hierarquizantes”, publicou ela.

A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) também comentou sobre o caso. “Simplesmente nojento e criminoso o que estudantes de Medicina da Unisa fizeram no Intermed, torneio esportivo entre faculdades de Medicina de São Paulo. Esperamos que a Unisa tome providências, porque é um horror pensar que esses homens serão futuros médicos”.

A deputada estadual Laura Sito (PT-RS) também se pronunciou nas redes sociais: “No país que um 1 estupro é registrado a cada 7 minutos, um time de futsal masculino, da Faculdade de Medicina UNISA, se masturbou coletivamente durante jogo de vôlei feminino. O ato configura como importunação sexual e todos tem que ser punidos. Ser mulher é um ato de coragem!”.

Outros políticos como o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) e Ivan Valente (PSOL-SP) também repudiaram o acontecimento.

Em nota, o Centro Acadêmico Rubens Monteiro de Arruda, da Faculdade de Medicina Santo Amaro, afirmou: “Repudiamos as atitudes demonstradas nos vídeos que estão circulando nas mídias sociais. Tais feitos são um retrocesso para a nossa universidade e, portanto, não representam a nossa querida Casa”.

Já a Associação Atlética Acadêmica José Douglas Dallora, da mesma universidade, afirmou que “as filmagens circuladas pela mídia não são contemporâneas e não representam os princípios e valores pregados pela” atlética. “Não toleramos ou compactuamos com qualquer ato de abuso ou discriminatório”, continua.

Nesta segunda-feira, a União Nacional dos Estudantes afirmou: “Absurdas as cenas dos alunos de medicina da Unisa durante os jogos universitários. Esses estudantes precisam ser responsabilizados pelos crimes cometidos em uma conduta inaceitável durante um jogo de vôlei feminino. Não podemos tolerar que casos como esse continuem acontecendo”.

Procurada, a Universidade de Santo Amaro (Unisa) não se pronunciou sobre o ocorrido até a última atualização deste texto. Nas redes sociais da instituição, internautas questionam se ela não publicará nenhum esclarecimento. “Aguardando a expulsão do curso e o boletim de ocorrência contra esses criminosos”, escreveu uma.

“A Universidade tem que dar punição exemplar. Milhares de mulheres são violentadas por ano no Brasil”, publicou outra. Uma terceira ainda escreveu: “Que tipo de profissional irresponsável, desrespeitoso, inconsequente, depravado, descontrolado, perigoso e amoral vocês estão formando?”.