O vereador Pedro Aureliano (Cidadania) já foi condenado em um processo contra ele por agressão contra uma mulher. Nesta semana, uma nova polêmica envolvendo o político ganhou repercussão após ele dizer em plenário na Câmara dos Vereadores de Piancó, no Sertão da Paraíba, que bateu em mulher.
O MaisPB conversou com a vítima do caso, que aconteceu em 1994. A hoje secretária da mulher de João Pessoa, Nena Martins, trabalhava como apresentadora de um programa de rádio na região do Vale do Piancó.
Passados quase 30 anos do incidente, a vítima ainda se lembra de detalhes do ocorrido. O desentendimento com Pedro Aureliano se iniciou durante uma entrevista, quando um ouvinte, não identificado, fez uma denúncia contra, o na época, funcionário público da prefeitura.
“O agressor aguardou o encerramento do programa, foi até o hotel onde eu morava na cidade do Piancó, me abordou com palavras grosseiras, ameaças, e, com documentos em mãos, tentou esfregar no meu rosto”, afirmou.
Após ser abordada de forma acintosa pelo agressor, Nena Martins relatou que tentou fugir, mas caiu no chão e sofreu uma lesão no braço. Ela passou por exames que constataram a agressão e processou o acusado, que chegou a ser condenado. Passado o cumprimento da pena, no entanto, ela conta que ele insistiu em importuná-la.
“Ao perceber que eu corria o risco de ser agredida, me afastei assustada, me desequilibrei, e caí. Tive uma lesão no braço esquerdo. Fui até a delegacia local, fiz o boletim de ocorrência, fui encaminhada até o hospital regional de Piancó, onde foi produzido o laudo de ofensa física e constatada a lesão. Ele ficou foragido por alguns dias, depois foi intimado a depor, foi processado e condenado pela justiça. Ele foi condenado a prestar serviço comunitário. Mesmo sendo condenado, processado, pago cestas básicas, quando eu retornava a cidade do Piancó, ele me seguia, ia aos locais que eu estava”, completou.
O dilema vivido por Nena Martins há 29 anos não foi esquecido pela secretária e tampouco pela sua família. Em tom emocionado, ela falou sobre como lidou com a agressão e relatou como a família participou do momento de superação.
“Eu me emociono porque eu venho de uma família onde meu pai nunca me bateu, nunca falou nem alto comigo. Hoje ele está com 88 anos de idade. Meus irmãos sempre me respeitaram muito. Isso mexeu com toda minha família. Foi um fato que eu passei um tempo bem frustrada. Dói muito. Eu acredito que essa é uma ferida que não cicatriza nunca. É psicológico, não é só físico. É uma dor da alma, que não cura. Superar a gente não supera. A gente transforma essa dor”, finalizou.