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Pacientes com neuroblastoma têm dificuldade para conseguir medicamento

Pacientes com neuroblastoma têm dificuldade para conseguir medicamento


Famílias com crianças diagnosticadas com neuroblastoma enfrentam há anos dificuldades pra conseguir medicamentos de alto custo, essenciais para o tratamento. Esse é o terceiro câncer mais recorrente nessa faixa etária.

O assunto ganhou destaque na última semana, depois que a antropóloga Beatriz Matos, viúva do indigenista Bruno Pereira, assassinado em 2022, precisou criar uma vaquinha virtual para conseguir comprar o medicamento Qarziba para tratamento do filho Pedro, diagnosticado com a doença.  

Apesar de já aprovado pela Anvisa, o medicamento ainda não foi incorporado ao SUS e muitas famílias precisam recorrer à justiça para ter acesso a esse e outros remédios indicados para a doença, que estão entre os mais caros do mundo.  

Alguns planos de saúde também têm recusado o fornecimento. E muitos pacientes com quadros graves da doença não podem esperar por liminares, pois precisam utilizar o medicamento em uma janela de oportunidade. 

A vaquinha criada por Beatriz já alcançou os R$ 2 milhões necessários pra compra do medicamento que vai ser usado após o filho Pedro passar por um transplante de medula óssea. A campanha agradeceu as doações e pediu que as pessoas continuem doando para o Instituto AnaJu, criado para ajudar outras crianças com a mesma doença. 

Laira Inácio, fundadora do Instituto, é mãe de Ana Julia, que faleceu em agosto do ano passado, aos 10 anos, por causa do neuroblastoma. Laira precisou entrar na Justiça para conseguir o medicamento Danyelsa, mas a decisão chegou tarde. Esse é outro fármaco utilizado em quadros de alto risco que não está disponível no SUS, .   

A farmacêutica Taiane Motta também enfrentou dificuldades para conseguir o tratamento para a filha Julia, hoje com 15 anos, diagnosticada com a doença há 8, com 3 reincidências. Na última ela também precisou fazer uso do fármaco Danyelsa, mas o plano de saúde negou. Taiane conseguiu comprar com dinheiro de doações e uma liminar da justiça obrigou o plano a fornecer as doses para os ciclos restantes.  

O engenheiro Vinícius Basso que também teve uma filha com neuroblastoma, que faleceu, questiona a comercialização de medicamentos com valores inalcançáveis para a maioria da população. Segundo Basso, a filha Giovana foi a primeira paciente a usar o medicamento Danyelsa na América do Sul, isso depois que enviou e-mail ao CEO da Y-mabs, farmacêutica responsável sediada no Estados Unidos, relatando que apesar da sua boa condição financeira, não poderia comprar medicamento por causa do preço elevado. O medicamento obteve o registro na Anvisa em maio do ano passado. 

Em nota, o Ministério da Saúde informou que oferece quatro linhas de tratamento oncológico às crianças com neuroblastoma e que os medicamentos Qarziba e Danyelza ainda que tenham obtido registro da Anvisa, não foram, até o momento, demandados para análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde. 

Ainda segundo o Ministério, a solicitação pode ser feita por qualquer instituição ou pessoa física que preencham os requisitos exigidos legalmente. 

Laira Inácio, do Instituto AnaJu, informou que foi solicitada a documentação necessária do Qarziba ao laboratório responsável para formalizar a demanda de inclusão do medicamento no SUS.

* Com informações de Mariana Tokarnia, da Agência Brasil.



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