Um projeto desenvolvido junto a etnia Tembé, no nordeste do Pará, está recuperando a produção de açaí na Terra Indígena Alto Rio Guamá, na fronteira com o Maranhão. O trabalho da Funai, em três aldeias, está transformando um processo baseado apenas na coleta em uma produção conhecida como “manejo de mínimo impacto”, conforme explica o engenheiro agrônomo da Funai, Eliezo Pinheiro.
Os próprios indígenas selecionaram os pés de açaí e as árvores que ficariam de pé, obedecendo critérios como valor econômico, tradição cultural e importância medicinal. O território de quase 280 mil hectares passa pelos municípios de Santa Luzia do Pará, Nova Esperança do Piriá e Paragominas. Por causa do envelhecimento dos açaizais, a produção de 500 latas por dia no auge da safra de 2021 caiu para menos da metade no ano seguinte. O que causa preocupações tanto do ponto de vista da segurança alimentar quanto do ponto de vista do escoamento da produção para fora da aldeia.
Eliezo Pinheiro, responsável pelo projeto, vê potencial para o manejo até quintuplicar a produção dos indígenas nos próximos anos.
A interação direta entre indígenas, técnicos da Funai e o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual têm sido fundamentais para a segurança. Os novos pés de açaí terão no máximo 10 metros de altura, diminuindo os riscos na hora apanhar os cachos do fruto. Agora, outras aldeias da região têm sido visitadas para reprodução do projeto em mais açaizais.
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