O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou os termos apresentados pelo Hamas para uma trégua na guerra que completa quatro meses hoje. Os mediadores prometem continuar tentando um acordo que permita um alívio na grave crise humanitária que acomete a população palestina na região.
Em um pronunciamento, Netanyahu afirmou que as negociações com o grupo não iriam a lugar nenhum e descreveu os termos apresentados como bizarros. “Não há outra solução se não uma vitória completa”, disse o israelense. Como parte das negociações, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, tinha desembarcado em Israel, depois de já ter passado por Catar e Egito, países que também atuam como mediadores.
Um membro do gabinete político do Hamas, Ezzat El-Reshiq, confirmou que uma versão do grupo para um acordo tinha sido apresentada. Pela proposta, a trégua teria três fases, de 45 cada, culminando com o fim da guerra. E incluiria a retirada total do exército israelense, troca de reféns por prisioneiros palestinos e aumento da ajuda humanitária, com a reconstrução de casas e hospitais.
Netanyahu também afirmou que as forças israelenses receberam ordens para uma operação na cidade de Rafah, no sul de Gaza, para onde milhares de palestinos fugiram para escapar dos combates e que já vem sofrendo com bombardeios. Nesta quarta-feira (7), a queda de um foguete perto de um campo de refugiados causou pânico e correria.
As Nações Unidas (ONU) alertaram para muito mais vítimas civis caso os combates se intensifiquem em Rafah.
O Hamas liderou um ataque surpresa ao sul de Israel em 7 de outubro, no qual cerca de 1.200 pessoas morreram e mais de 250 foram sequestradas. A ofensiva aérea e terrestre de Israel em Gaza matou, até o momento, pelo menos 27.700 palestinos, deslocou a maior parte dos 2,3 milhões habitantes da Faixa e mergulhou o enclave costeiro, que já sofria com um bloqueio, em uma catástrofe humanitária.