Nos últimos 10 anos, no Brasil, a diferença entre os salários das mulheres e dos homens tem diminuído. Para chegar a essa conclusão, o estudo “Mulheres no Mercado de Trabalho” usou uma escala padronizada de 0 a 100, sendo que, quanto mais próximo de 100, maior a equidade entre mulheres e homens. Levando em conta essa escala, foi constatado que, no período de uma década, houve um aumento da paridade salarial em 6,7 pontos, saindo de 72 pontos, em 2013, para 78,7, no ano passado. O levantamento do Observatório Nacional da Indústria, divulgado nesta terça-feira (5), foi feito a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE.
Em nível global, o Fórum Econômico Mundial estima que serão necessários ainda 131 anos para alcançar a igualdade entre os homens e mulheres, caso os países mantenham o ritmo atual.
De acordo com a pesquisa da CNI, quando se analisa o indicador “liderança”, as mulheres ganharam espaço no Brasil, na última década. A presença feminina em cargos de chefia cresceu 9,5% em um período de dez anos.
Entretanto, apesar de ainda terem menores salários, os dados mostram que as mulheres têm mais escolaridade que os homens. Elas têm, em média, 12 anos de estudo, enquanto os homens têm, em média, 10,7 anos.
Além disso, o tempo dedicado às atividades domésticas e cuidados com familiares também é maior entre as mulheres. Primeiro, entre as pessoas empregadas. Enquanto as mulheres usam quase 18 horas semanais nessa, chamada, “jornada de trabalho reprodutiva”, os homens gastam apenas 11 horas. Já entre as pessoas desempregadas, a diferença é ainda maior: as mulheres exercem mais de 24 horas semanais em atividades domésticas e cuidados, enquanto os homens usam pouco mais de 13 horas para as mesmas tarefas.