Os acusados de encomendar a morte da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes estão presos. O crime foi supostamente idealizado pelos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e supostamente planejado pelo delegado Rivaldo Barbosa, que assumiu o comando da Polícia Civil do Rio de Janeiro um dia antes do crime, segundo a Polícia Federal (PF).
Para o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a elucidação do assassinato da vereadora Marielle Franco mostra o modus operandi das milícias no Rio de Janeiro.
“A partir deste caso nós podemos, talvez, desvendar outros casos, ou pelo menos seguir o fio da meada de um novelo cuja dimensão ainda não temos clara. Mas essa investigação é uma espécie de radiografia de como operam as milícias e o crime organizado no Rio de Janeiro e como há um entrelaçamento, inclusive, com alguns órgãos políticos e públicos, que é, realmente, bastante preocupante”.
Lewandowski concedeu entrevista coletiva neste domingo (24), após as prisões de Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa, que estão em Brasília e devem cumprir a prisão preventiva na penitenciária federal da capital, considerada de segurança máxima.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, explica as motivações do crime.
“A vereadora faz parte de um grupo político antagônico a esse grupo que nós identificamos como mandantes do homicídio, e, portanto, tinha vários contraditórios não só em plenário, mas na vida pública como um todo. Se a pauta imobiliária não era central para o mandato da vereadora, era uma pauta que ela tinha, sim, como investimento em moradias sociais e outros campos que, repito, iam em confronto com aquilo que o grupo mandante defendia”
O ministro da Justiça reforçou que a investigação é um triunfo expressivo do estado contra a criminalidade.
“Representa, ao meu ver, um triunfo expressivo do Estado do brasileiro contra criminalidade organizada. Isso mostra que o crime organizado não terá sucesso em nosso país, porque temos uma polícia forte, efetiva. Dizendo, então, que as forças de segurança do Brasil estão alertas, atentas, e são preparadas para enfrentar o crime organizado”.
A Polícia Federal passou a investigar o crime em fevereiro de 2023, após a posse do novo governo Lula. Lewandowski afirmou que, infelizmente, foram quase cinco anos de investigação infrutífera da Polícia Civil do Rio, com integrantes da força tentando obstruir o avanço das investigações.
O ministro da justiça também reforçou a rapidez na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, pela homologação da colaboração premiada do ex-policial Ronnie Lessa, que assumiu a participação no assassinato da ex-vereadora carioca, contribuindo com a investigação da Polícia Federal.
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