Os empregos com carteira assinada tiveram saldo positivo em fevereiro deste ano, com 306 mil vagas abertas, segundo o Novo Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Os números foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego nesta quarta-feira (27). Foram 2,2 milhões de contratações contra quase 1,9 milhão de demissões.
O saldo positivo em fevereiro representa um aumento de quase 82% em relação ao mês passado. Já em relação a fevereiro do ano passado, o resultado representa um crescimento de 21%.
Os números superaram as expectativas do próprio governo. Mas, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, expressou preocupação com a taxa de juros da economia. É que apesar do Banco Central ter reduzido a Selic na semana passada, a instituição sinalizou que, por causa da incerteza sobre a inflação, pode diminuir o ritmo de cortes nas próximas reuniões.
Para o ministro Luiz Marinho, isso impacta na geração de empregos formais e no crescimento da economia.
“O Brasil ainda continua com a segunda maior taxa de juros do mundo. O juros ainda é muito alto no Brasil. Então, quem tem a responsabilidade de tomar a decisão de monitoramento, é planejar a continuidade da redução de juros. E quer colaborar com a economia continuar crescendo. Se a política de redução de juros tivesse começado antes e tivesse sido mais agressiva, nós podíamos ter chegado nos dois milhões de empregos gerados. Portanto, tem a responsabilidade de ter evitado gerar de 400 a 500 mil empregos, pela política irresponsável do juros alto”, afirma o ministro.
Os dados do Caged de fevereiro também mostraram que todos os setores da economia registraram saldo positivo. O maior foi em Serviços, que respondeu por 63% das contratações formais. Na sequência, ficaram Indústria, Construção, Comércio e Agropecuária.
Já entre os estados e o Distrito Federal, apenas Alagoas, Maranhão e Paraíba tiveram mais demissões do que contratações. São Paulo, Minas Gerais e Paraná tiveram os maiores saldos positivos, ficando com mais de 55% do total.
E o salário real médio de admissão no mês passado caiu cerca de R$ 50, ficando em torno de R$ 2 mil.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, em fevereiro cerca de 45,9 milhões de pessoas estavam com carteira assinada no país, um aumento de 0,7% em relação a janeiro deste ano.