Não há indícios de corrupção, nem facilitação intencional da fuga dos dois detentos que escaparam da Penitenciária Federal em Mossoró, no dia 14 de fevereiro. Essa é a conclusão do relatório, sobre a responsabilidade de servidores, feito pela Corregedoria-Geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e divulgado nessa terça-feira (2).
Entretanto, a corregedora-geral, Marlene Rosa, apontou indícios de “falhas” nos procedimentos carcerários de segurança do presídio. Por isso, 10 servidores se tornaram alvos de três processos administrativos disciplinares. Outros 17, devem assinar Termos de Ajustamento de Conduta, se comprometendo com uma série de medidas, como passar por cursos de reciclagem e não voltarem a cometer as mesmas infrações.
A fuga de Rogério Mendonça e Deibson Nascimento foi a primeira registrada no Sistema Penitenciário Federal, criado em 2006, para isolar líderes de organizações criminosas e presos perigosos. Eles usaram ferramentas que haviam sido largadas dentro do presídio para fugir.
A corregedora Marlene Rosa também determinou a abertura de uma nova investigação, sobre as causas da fuga, mas com foco nos problemas estruturais da unidade federal. O relatório da Secretaria Nacional de Políticas Penais não será divulgado na íntegra, para não prejudicar a nova investigação, nem os procedimentos de correção que foram instaurados.
Outra notícia relacionada com a fuga é que foi preso mais um suspeito que teria ajudado os dois fugitivos. Dessa vez, a prisão ocorreu em uma pousada na Praia do Futuro, em Fortaleza. A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado e a Polícia Militar detiveram o homem, de 25 anos, procurado por integrar organização criminosa, nessa segunda-feira. O mandado foi expedido pela 8º Vara Federal de Mossoró, Rio Grande do Norte. Até agora, pelo menos 8 pessoas foram detidas, sob suspeita de ajudar na fuga da dupla, que continua foragida.