Um e-mail enviado por um ex-executivo da mineradora inglesa BHP ao conselho de administração da Samarco está sendo utilizado pela defesa dos atingidos pela tragédia de Mariana (MG) como prova de que a empresa sabia dos riscos de rompimento da barragem.
O e-mail foi enviado por Marcus Randolph, ex-chefe de divisão da BHP, um dia depois do rompimento da barragem. Nele, o executivo afirma que após uma visita anterior ao local, já tinha feito extensos comentários sobre os riscos. Ele também diz que tinha enviado cartas à diretoria solicitando revisões na barragem.
A mensagem foi tornada pública nesta semana, em uma audiência no Tribunal de Tecnologia e Construção em Londres, na Inglaterra.
A barragem se rompeu em novembro de 2015, deixando 19 mortos e soterrando o distrito de Bento Rodrigues. A lama de rejeitos também contaminou o Rio Doce, causando impacto ambiental em centenas de cidades.
As famílias atingidas cobram indenizações no valor de US$ 44 bilhões na corte inglesa contra a empresa BHP Billiton, que compõe o conselho de administração da Samarco. A empresa brasileira Vale também é ré no processo do Reino Unido pela mesma razão.
O julgamento está previsto para ocorrer em outubro deste ano.
Além do processo que corre no Reino Unido, aqui no Brasil, a Justiça Federal condenou a Vale, a Samarco e a BHP a pagarem mais de R$ 47 bilhões em danos coletivos em janeiro deste ano. As empresas recorreram da decisão.
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