O dia do santo mais festejado da igreja católica no Rio de Janeiro começou com missa, alvorada festiva e muitos fogos na matriz, em Quintino, na zona norte da capital. Pela primeira vez, a imagem iluminada de São Jorge foi suspensa por um drone, que sobrevoou o local, onde já se concentravam milhares de fiéis vestindo as cores vermelho e branco.
Este ano são esperadas 1,5 milhão de pessoas na maior paróquia dedicada ao santo na América Latina.
O dia também é de festa na igreja de São Jorge na Praça da República, no centro, onde uma multidão de fiéis se concentra desde as primeiras horas da madrugada.
Em todo a capital fluminense, as homenagens ao santo guerreiro, que ganhou até um feriado estadual, seguem ao longo do dia, com missas de hora em hora, procissão e as tradicionais feijoadas, embaladas por samba.
No quilombo de Aquilah, em Jacarepaguá, na zona oeste carioca, a feijoada é servida de graça, depois da celebração da missa campal, com o padre Lucas, do Santuário Católico Escrava Anastácia, ao som de atabaques.
Na avaliação do historiador e mestre em Educação, João Victor Gonçalves Ferreira, a celebração do Dia de São Jorge com feijoadas extrapola as fronteiras da religião católica, já que a origem desse festejo vem, na realidade, das religiões de matriz africana, em saudação ao Orixá Ogun.
Caio Miguel é parte de um grupo de amigos que todo ano poupa um dinheirinho para fazer a feijoada de São Jorge. A rua onde moram, em Realengo, na zona oeste, é fechada para a festa.
A feijoada também é tradição nas escolas de samba. Atual campeã do carnaval carioca, a Unidos do Viradouro, de Niterói, é uma delas, reunindo, na quadra, integrantes de outras agremiações para saudar São Jorge.