“Inteligência Artificial e as Ciências: Oportunidades e Riscos”. Esse é o tema da Reunião Magna da Academia Brasileira de Ciências, que teve início nesta terça-feira (7), no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. O evento busca levar ao público diferentes olhares da comunidade científica sobre a influência da inteligência artificial em áreas como ciência, saúde e educação.
Um dos primeiros debates na abertura do evento foi sobre a regulação dessa tecnologia.
O professor Fernando Filgueiras destacou os desafios de regular a inteligência artificial. Segundo ele, essa tecnologia muda a forma como conhecemos o mundo. E o desafio vai além de pensar a regulação única.
“O desafio da regulação, ao meu ver, não é pensar uma regulação única, um único projeto de lei que tenderia a dar conta de todos os problemas criados, digamos assim, pela inteligência artificial. Conceder a regulação de um produto industrial qualquer faz com que nós sejamos capazes de prever os efeitos não intencionais particularmente nessas relações que humanos estabelecem, cada vez mais, com agentes artificiais”.
Filgueras defende uma corregulação da inteligência artificial.
“A corregulação ajuda a fortalecer os mecanismos democráticos com a participação de diferentes atores da sociedade civil dentro desse processo. E eu acho que a ideia de transinteligência tem exatamente essa implicação. Se nós interagirmos cada vez mais com agentes artificiais para resolver diferentes problemas, nós podemos pensar maneiras, formas a partir das quais nós podemos criar uma arquitetura democrática da regulação com o envolvimento de diferentes stakeholders dentro desse processo regulatório com poderes atribuídos pela ordem constitucional de maneira a resolvermos os problemas de maneira incremental, gradativa e com efeitos concretos”.
Também presente ao evento, o professor Ricardo Fabrino, da Universidade Federal de Minas Gerais, falou sobre o tema inteligência artificial e a democracia. E defendeu que a regulação é necessária e deve ser pautada em valores fundamentais.
O evento da Academia Brasileira de Ciências segue até quinta-feira (9), no Museu do Amanhã, zona portuária do Rio, com a presença de palestrantes nacionais e internacionais.
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