O endividamento das famílias brasileiras aumentou pelo segundo mês seguido, atingindo quase 79% dos lares em abril.
A informação é da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, apurada mensalmente pela CNC, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.
Segundo a economistas Izis Ferreira, da CNC, o aumento do número de pessoas com dívidas demonstra maior demanda por crédito.
A inadimplência se manteve estável para aproximadamente 29% da população, porém o número de consumidores que afirmaram não ter condições de pagar suas dívidas vencidas foi o maior no ano, chegando a 12% dos entrevistados. Esse aumento da dificuldade de pagamento foi acompanhado pelo crescimento de 0,4 ponto percentual na parcela de famílias consideradas “muito endividadas”, que atingiu pouco mais 17%, maior patamar desde janeiro.
A população de renda menor foi a principal responsável pelo aumento do endividamento geral, mesmo com incremento nas demais categorias. As famílias com renda até 3 salários mínimos tiveram avanço de 0,7 ponto percentual no endividamento, chegando a 80% do total.
Em relação ao mesmo mês do ano passado, as famílias com renda abaixo de 5 salários mínimos estão mais endividadas, enquanto as que recebem entre 5 e 10 salários mínimos e acima de 10 salários reduziram seu endividamento. A diminuição mais expressiva foi no grupo dos mais ricos, que recebem acima de 10 salários – a queda foi de 75,3% para 71,7%.
Já as classes de maior renda apresentaram aumento da inadimplência. As famílias com renda entre 5 e 10 salários aumentaram, de quase 21% para pouco mais de 22%, o indicador entre março e abril; as que recebem mais de 10 salários subiram de 14,3% para 14,6% no mês. Já a população com renda mais baixa registrou redução da inadimplência de 36,3% para 35,8%, percentual menor que em abril de 2023.
O cartão de crédito permanece como a principal fonte de endividamento, sendo utilizado por 87,1% dos devedores.