Mesmo depois da ‘Operação Pretoriano’, a família Madureira continuou o negócio ilícito. Estão envolvidas cinco gerações, desde a bisavó até à filha mais velha. Haveria um esquema com casas fictícias do FC Porto que requisitavam bilhetes que acabavam nas mãos dos ‘Super Dragões’. Os pais de Sandra Madureira seriam os facilitadores. A família Madureira recebia cerca de 40 mil euros por jogo com o negócio da venda de bilhetes.
Após venderem os bilhetes e produtos de publicidades relativos ao futebol clube do porto, o dinheiro era levado para uma pastelaria, que será a sede dos ‘Super Dragões’. A avó de Sandra Madureira estava encarregue de vender os produtos alusivos aos azuis e brancos nas imediações do estádio e os bilhetes eram vendidos por elementos da claque portista. O dinheiro era levado para o estabelecimento e daí ficava nas mãos da família Madureira.
O protocolo do FC Porto com os ‘Super Dragões’ estabelece que o clube forneça bilhetes de borla para os 4000 sócios da claque. Se se multiplicar o valor de dois jogos em casa por quatro mil sócios dá 8000 bilhetes por mês, se o preço for de 15 euros, dá um lucro de 120 mil euros, em apenas um mês. Acresce a isto os jogos fora e os jogos da Champions, em que o preço, pelo menos, duplica.
As buscas efetuadas no domingo resultaram na apreensão de 44 mil e 400 euros e de 3 mil bilhetes para jogos do FC Porto. Os números são a somatória das 14 buscas domiciliárias e quatro não domiciliarias que aconteceram no Porto, em Matosinhos e em Vila Nova de Gaia. No total, são 13 as pessoas identificadas neste processo, oito homens e cinco mulheres, indiciados pela prática dos crimes de venda ilegal de bilhetes para espetáculos desportivos e abuso de confiança qualificado. A PSP apreendeu ainda vários documentos relacionados com os crimes, computadores, telemóveis e ainda uma tocha.