Os resultados das eleições na Catalunha reforçaram a tendência ibérica recente para potenciar geringonças. Da análise aos resultados há duas leituras imediatas: Os socialistas venceram as eleições com 42 lugares no Parlamento regional, mas distantes das 68 cadeiras precisas para a maioria absoluta. E a soma dos votos dos nacionalistas, que governam a Catalunha, foram os mais baixos dos últimos 10 anos. Na enxurrada que varreu o separatismo, Junts, de Carles Puigdemont, e Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) perderam protagonismo, mas apresentam-se nesta fase de construção de cenários governativos como peças fundamentais não só para uma solução governativa na região como para a sobrevivência do Governo de Pedro Sánchez.
Os socialistas só governariam a Catalunha com o apoio da ERC e Comuns, mas os nacionalistas já manifestaram reticências a este cenário em que são o fiel da balança na geometria variável dos acordos.
Onde um Puigdemont minoritário (mesmo com a ERC) decidiu avançar para a investidura, pretendendo transformar a derrota em vitória e chantageando os socialistas em Madrid, que precisam do Junts para a estabilidade do seu precário Governo.
