Entre as muitas soluções em debate para recuperar o Rio Grande do Sul e evitar novas tragédias como a que o Brasil está assistindo, a necessidade de reflorestamento de vegetação nativa é praticamente consenso.
Em todo o estado, são pelo menos 1,65 milhão de hectares em área de preservação permanente e reserva legal, de acordo com o relatório “Estratégias de recuperação da vegetação nativa em ampla escala para o Brasil”, do Instituto Escolhas, publicado em 2023.
Sergio Leitão, diretor executivo do Instituto Escolhas, que realiza e compartilha estudos sobre temas fundamentais ao desenvolvimento sustentável, explica a importância da recuperação vegetal dessas áreas
“Essas árvores, essas matas na beira do rio, são exatamente aquilo que a gente chama da infraestrutura natural, ou seja, aquelas áreas que permitem a absorção da água para o interior do solo, tornando-se uma barreira natural ao avanço e ao espalhamento das águas. O que que aconteceu agora? Uma chuva diluvial, mas que não teve barreira nenhuma à sua expansão. Então, essa questão de você plantar árvore, recuperar a vegetação nativa, precisa ser entendida como uma necessidade dos planos de reconstrução do estado”.
Leitão afirma que mais de 200 mil empregos vão ser criados para o reflorestamento no Rio Grande do Sul, segundo uma atualização do estudo
“A recuperação desse um milhão de hectares, permitirá a criação de 218 mil empregos, porque vai precisar de gente pra ir lá plantar a vegetação que foi destruída. Você vai produzir as mudas, você vai precisar produzir as sementes. Então, isso é uma importante ferramenta de ajuda na recuperação econômica do estado, num momento que o estado está com sua economia totalmente paralisada”.
O diretor executivo do Instituto Escolhas detalha que a recuperação dessa vegetação depende de no mínimo três anos de intensa atividade, a partir do início do plantio. O estudo recomenda que se utilize o sistema agroflorestal, que conjuga o plantio das arvores com o cultivo de alimentos.