Zoraya sofre desde a infância de depressão crónica, ansiedade, trauma e transtorno de personalidade não especificado. Foi diagnosticada também com autismo. Ao conhecer o companheiro, acreditou que poderia recuperar, mas os ferimentos autoinfligidos e os pensamentos suicidas continuaram. Após dez anos de tratamentos intensos e de 30 sessões de terapia eletroconvulsiva, Zoraya decidiu, em dezembro de 2020, morrer.
A autorização surge três anos e meio depois. “Sinto alívio. Foi uma luta tão longa”, disse, ao recordar que quando a sua história se tornou pública disseram-lhe: “devias arder no inferno”, ou “não faças isso, a tua vida é preciosa”. Os casos de morte assistida devido a doença mental provocam sempre controvérsia e têm vindo a aumentar. Em 2010, foram só dois, mas o ano passado já foram 138, num total de 9068 mortes por eutanásia.
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