O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou a inclusão de 51 acusados de participação nos atos de 8 de janeiro de 2023 na lista vermelha da Interpol. A medida foi tomada após o portal Uol revelar que pelo menos dez envolvidos na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, estão com mandados de prisão em aberto ou fugiram do país após inutilizarem as tornozeleiras eletrônicas.
Se a solicitação do PGR for acatada, os acusados se tornarão foragidos internacionais. A Interpol, uma organização policial criminal composta por 196 países, não garante a captura dos fugitivos, mas o alerta de difusão vermelha insere os dados e a identificação dos fugitivos nos sistemas de buscas das autoridades policiais do mundo todo, facilitando o trabalho de prisão dos foragidos.
Entre os fugitivos, destaca-se o músico Ângelo Sotero, de 59 anos, condenado a 15 anos e seis meses de prisão pelo plenário do STF por tentativa de golpe de Estado e associação criminosa em novembro. Segundo seu advogado, Hemerson Barbosa, Sotero fugiu há cerca de um mês, quebrando a tornozeleira eletrônica que usava, e atravessou a fronteira com a Argentina pela cidade de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina.
Outros indivíduos que fugiram para a Argentina incluem o corretor Gilberto Ackermann, de 50 anos, condenado a 15 anos de prisão; Raquel de Souza Lopes, de 51 anos, condenada a 16 anos e seis meses; o empresário Luiz Fernandes Venâncio, de 50 anos, que ainda aguarda julgamento; Rosana Maciel Gomes, de 50 anos, condenada a 14 anos; e o pedreiro Daniel Luciano Bressan, de 37 anos.
Alethea Verusca Soares, de 49 anos, condenada a 17 anos de prisão, teria fugido para o Uruguai, saindo de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, antes de seguir para a Argentina. Jupira Silvana da Cruz Rodrigues, de 58 anos, também teria ido para o Uruguai.
Além disso, as empresárias Flávia Cordeiro Magalhães Soares, de 47 anos, e Fátima Aparecida Pleti, de 61 anos, também conseguiram burlar as tornozeleiras eletrônicas. Não há informações sobre o paradeiro delas. Flávia possui um mandado de prisão em aberto desde fevereiro, segundo dados do banco de mandados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
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