Servidores em greve da Rede Federal de Hospitais no Rio de Janeiro realizaram um ato unificado nesta segunda-feira (20) em frente Hospital Federal de Bonsucesso, na zona norte da capital fluminense.
Uma das reivindicações da categoria é o cumprimento do acordo fechado no ano passado com o governo federal. A greve por tempo indeterminado, começou na última quarta-feira e agrava a situação da rede que, segundo os servidores, há anos vem sofrendo com o sucateamento e falta de profissionais.
Neusa Beringui de Oliveira, do Núcleo Sindical do Hospital Federal Cardoso Fontes, afirma que os trabalhadores vêm fazendo reivindicações há nove meses e que nenhuma pauta do último acordo de greve do ano passado foi atendida pelo Governo Federal.
“Estamos reivindicando o enquadramento dos nossos auxiliares de enfermagem, que trabalham em desvio de função, porque somos contratados como auxiliares e exercemos a função de técnico de enfermagem. Estamos também reivindicando a contratação dos nossos contratos temporários e que eles só saiam depois que tenha concurso público. Nós temos um déficit de mais de oito mil profissionais de enfermagem na rede federal”.
Neusa ainda reforça que o movimento rejeita qualquer proposta de transferência das unidades no processo de reestruturação que está sendo feito pelo Ministério da Saúde.
“A gente tá muito chateado e a gente não quer o fatiamento das unidades. Nós queremos a manutenção da rede federal para o Ministério da Saúde, não para a gestão do município do Rio de Janeiro”.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência no Estado, as unidades estão funcionando com 30% do quadro de pessoal. Foram mantidos os serviços considerados essenciais. Já as consultas, cirurgias e exames eletivos estão suspensos.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que mantem o diálogo aberto para ouvir as reivindicações da categoria. Ainda de acordo com a nota, o Ministério vem atuando para reconstruir e fortalecer os Hospitais Federais, e entre as medidas adotadas estão a convocação de mais de mil profissionais e a prorrogação de mais de1,7 mil contratos temporários, além da instalação de mesa de negociação para tratar das demandas dos trabalhadores.