A Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) abre, na sexta-feira (24), na Casa da Pólvora, a exposição ‘Aqui está o meu corpo’, da artista visual Ana do Vale. A mostra é uma narrativa que, apesar de ser autobiográfica, também fala muito de coletividade. A exposição será aberta às 16h e o acesso é gratuito.
“Esta é uma ação que fazemos no contexto do nosso edital de ocupação dos equipamentos de cultura, e a Casa da Pólvora vem acolhendo projetos importantes de literatura, teatro, música, dança, artes plásticas. Todos os artistas foram contemplados em um edital público, todos passaram por uma seleção e, portanto, estão muito balizados e legitimados dentro da sua lógica produtiva e criativa”, declara o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves.
Ele observa que a Funjope renova, assim, seu compromisso de valorização de uma diversidade de culturas, variados estilos e perfis de artistas, múltiplas linguagens em todos os seus equipamentos. “A Casa da Pólvora é um espaço privilegiado para o experimentalismo e para a criatividade expressiva”, acrescenta.
A artista Ana do Vale também acredita nesse processo de valorização e conta como nasceu a mostra. “A exposição surgiu de um projeto de pesquisa do Itaú Cultural, que era um projeto para artistas com deficiência. Era um momento em que eu estava me deparando com o entendimento de identidade como artista e como pessoa com deficiência. Eu pego essa narrativa autobiográfica para falar um pouco do que é se deparar com a deficiência”, conta Ana do Vale.
Para ela, esta é uma forma de falar de corpos que são divergentes. “É uma forma de lembrar esses espaços culturais de que nós existimos e estamos aqui, dar essa outra visão do que é o cenário da pessoa com deficiência, com doença crônica”, pontua.
É também, conforme acrescenta a artista, um experimento novo no sentido de que tenta fazer uma audiodescrição poética que não pense apenas a utilidade, mas também a estética, a obra. “É mais gostosa de escutar”, avalia Ana do Vale.
Todas as obras estarão audiodescritas, com um QRCode disponível para as audiodescrições, inclusive marcado em Braille. Ao final da exposição, haverá um experimento, uma animação 2D, com todas as ilustrações que estarão expostas e a audiodescrição poética.
“Espero que seja um momento de trazer essas questões, mas de encontro de alguns PCDs que irão participar”, conclui a artista.
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