Rio Grande do Sul é o estado com mais idosos no Brasil

O Rio Grande do Sul é, proporcionalmente, o estado mais envelhecido do Brasil. No entanto, só tem dois abrigos voltados para acolhimento de pessoas com mais de 60 anos afetadas pelas enchentes.

De acordo com o Censo 2022 do IBGE, o Rio Grande do Sul tem 115 idosos para cada 100 crianças. O índice mais alto do país.

Os abrigos ficam em Canoas e em Porto Alegre. Por enquanto, só há esses dois, segundo a coordenadora da unidade de atenção à pessoa idosa do estado, Cátia Siqueira. Ela diz que é preciso redobrar a atenção com essas pessoas.

“Sim, o Rio Grande do Sul é o estado mais envelhecido do nosso país e está aparecendo isso também nos nossos abrigos, esse reflexo. Então é importante que nós, eu estou falando nós enquanto estado, enquanto gestão pública, que a gente redobre essa atenção para esses idosos”. 

Em Porto Alegre, o abrigo para os idosos, que precisam de atenção e cuidados especiais, funciona a menos de uma semana e já está lotado. Tem 38 pessoas abrigadas.

O seu Acelino Costa, de 65 anos, foi transferido com o sogro para este novo abrigo. Ele diz que se sente em casa no novo local.

“A gente não pode ficar mais lá porque ele tinha que ter mais atendente médico, entendeu? Porque ele usa aquela bolsa de colostomia. E daí eles trouxeram  nós para cá, mas está aqui é a mesma coisa a gente vai em casa, eu não tem reclamação”. 

A dona Marilu Gonçalves, de 72 anos, foi uma das sobreviventes da devastação de Eldorado do Sul. A água passou por cima da casa dela. Ela foi resgatada num barco da Polícia Federal. Agora, quer ir embora de Eldorado.

“Ah, não sei, ou eu vou morar em um abrigo, ou eu venho morar em Botalargo, não sei. Para lá não volto. Não volto mais. Não, não dá porque vai vir de novo e vai perder, já perdi três vezes as coisas, não é possível. Para uma pessoa que ganha um salário mínimo, três vezes montar casa e ficar desmontada de novo, não adianta”. 

A voluntária Karen de Farias vê os idosos no abrigo como inspiração.

“Não são pessoas doentes, são pessoas absolutamente maravilhosas. Porque é nessa força delas que eu quero estar aos 80 aos 90 anos”. 

Atualmente, cerca de 8500 pessoas com mais de 60 anos estão em abrigos no Rio Grande do Sul.