Polícia de São Paulo agride estudantes que protestavam contra o governador de extrema-direita – Mundo

Pela segunda vez em poucos dias, a Polícia Militar de São Paulo carregou contra estudantes desarmados que esta sexta-feira protestavam contra o governador do estado paulista, Tarcísio de Freitas, um ex-ministro de Jair Bolsonaro e atualmente um dos maiores expoentes da extrema-direita no Brasil. O confronto desta feita aconteceu na Faculdade de Direito da USP, Universidade de São Paulo.

Estudantes reunidos para a cerimónia de posse do novo Procurador-Geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, ainda à entrada do secular edifício da faculdade, no Largo São Francisco, no centro histórico da capital paulista, começaram a entoar slogans contra o governador. Os universitários chamaram Tarcísio de fascista, reclamaram de ações violentas da polícia contra estudantes clamando “Estudantes não são caso de polícia”, e defenderam o uso de câmaras corporais pelos agentes, para evitar excessos.

Vídeos que circulam em redes sociais mostram agentes da Polícia Militar a agredir estudantes, inclusive do sexo feminino, a empurrá-los e a dar-lhes bofetadas e murros na cabeça, e a preparar-se para carregar em força. Valeu aos estudantes na altura a ação corajosa do diretor da Faculdade de Direito, professor Celso Campilongo, que se colocou entre os alunos e os agentes e, a muito custo, conseguiu evitar um confronto generalizado.

No início da semana, a Polícia Militar, que nos últimos tempos, encorajada pelo governador que defende uma polícia dura, tem protagonizado episódios de muita violência, já tinha carregado contra estudantes liceais e universitários, dessa feita na Alesp, Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Estudantes protestavam na ocasião contra um projeto de Tarcísio de Freitas, que acabou por ser aprovado, que cria as chamadas Escolas Cívico-Militares, onde a disciplina fica a cargo da polícia, e agentes usaram bastões, granadas de gás e muita violência para impedirem a entrada dos manifestantes, oito dos quais foram detidos.