Há exatos 60 anos, em 28 de maio de 1964, foi criada a Organização para Libertação da Palestina, uma data histórica para o cenário geopolítico do Oriente Médio. A promulgação do Estatuto da Organização foi um divisor de águas na luta pela autodeterminação do povo palestino.
O que era inicialmente uma frente unificadora de diversos grupos, deu representação política para uma nação sem um Estado, e que reclama a recuperação de seu território. A carta considerou a Palestina como “uma unidade regional indivisível” conforme as fronteiras da época da ocupação britânica.
Segundo Ualid Ramah, Presidente da Federação Palestina do Brasil, o Estatuto ajuda a preservar a identidade de um povo em diáspora e reconhece como “palestino” qualquer descendente dos cidadãos que estavam no território até 1947. Ualid Ramah cita, entre outros artigos do documento, o número quinto.
Durante mais de 30 anos, a Organização para a Libertação da Palestina foi presidida pelo líder Yasser Arafat. Em todo esse tempo, muita coisa mudou e a Autoridade Palestina ganhou repercussão no ocidente. Em 1974, conquistou status de observador na ONU.
Dentro da dinâmica do antagonismo entre israelenses e palestinos, as táticas de resistência, envolvendo ações armadas, também motivaram críticas e sanções estrangeiras. Acusações que o Presidente da Federação Palestina do Brasil, Ualid Ramah, considera que precisam ser contextualizadas.
Em 1988, a Organização declarou a independência da Palestina, já com o reconhecimento de algumas nações. Se nos anos 1990, a assinatura dos Acordos de Oslo permitiu avançar e ter esperanças para uma solução de dois Estados, as negociações entre o governo de Israel e o Presidente da Organização para a Libertação da Palestina também resultaram em frustração, pelo não cumprimento das promessas.
Para Ualid Ramah, o processo de reconhecimento tem sido constante e gradual nas últimas décadas. Hoje, os Estados Unidos é o único país no Conselho de Segurança que ainda veta o reconhecimento oficial da Palestina.
Com 138 votos a favor, em novembro de 2012, a Assembleia Geral da ONU concedeu à Palestina o estatuto de Estado observador não membro das Nações Unidas.