“Sabemos que esta é a pior decisão para os madeirenses e porto-santenses porque é aquela que não conseguiu garantir, não garante e dificilmente conseguirá garantir estabilidade ou futuro para a nossa região”, disse a secretária-geral do Partido Socialista (PS) da Madeira, Marta Freitas, à agência Lusa.
A socialista lamentou o anúncio feito pelo representante da República, Ireneu Barreto, depois de ouvir esta terça-feira representantes dos sete partidos com eleitos nas regionais do passado domingo, no Palácio de São Lourenço, de que vai indigitar Miguel Albuquerque (PSD) como presidente do Governo Regional, considerando que a solução conjunta de PS e JPP “não tem qualquer hipótese de ter sucesso”.
“O PS da Madeira e o Juntos Pelo Povo (JPP), como verificaram, numa atitude responsável apresentaram condições para uma alternativa capaz de devolver esperança à Madeira e ao Porto Santo e de assegurar a estabilidade e governabilidade que são necessárias nesta altura, nesta fase que a Madeira enfrenta”, salientou Marta Freitas.
Contudo, complementou, “perante duas alternativas não minoritárias que foram apresentadas ao senhor representante da República, foi decidido então por aquela que poderá mergulhar a região numa crise sem precedentes”.
Marta Freitas apontou que o PS vai agora aguardar que os partidos com assento na Assembleia Legislativa da Madeira ajam de acordo com as posições que assumiram ao longo da campanha eleitoral e “cumpram a palavra dada” no que diz respeito ao PSD e ao seu presidente, Miguel Albuquerque.
“Não podemos crer que aqueles que há poucos meses rasgaram acordos e coligações por quererem afastar-se de Miguel Albuquerque e do PSD, agora possam dar uma mão, num desespero pelo poder”, argumentou.
A responsável socialista madeirense assegurou que o partido vai “continuar a lutar para virar a página da Madeira”, para tornar esse cenário uma realidade numa “luta que seja comum com vários partidos com assento na Assembleia Legislativa da Madeira”.
Questionada sobre a posição do PS/Madeira na discussão e votação do programa de governo e Orçamento Regional, respondeu que o partido “já afirmou que não apoiará o PSD, continuará firme naquela que é a sua convicção, que apresenta um projeto, uma alternativa que poderá trazer estabilidade à Madeira”.
As eleições antecipadas na Madeira ocorreram no domingo, oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
O PSD, que foi o partido mais votado, elegeu 19 de deputados e não conseguiu assegurar a maioria absoluta num universo de 47 parlamentares, já anunciou um acordo com o CDS-PP que tem dois elementos.
Por seu turno, na segunda-feira, o PS – que manteve o grupo parlamentar com 11 lugares – e o JPP – que aumentou a sua bancada de cinco para nove – divulgaram ter um entendimento que visava afastar o PSD.
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