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Lei apoia cuidador de pessoas com Alzheimer e estende demanda ao SUS


O Brasil começou a olhar para as doenças relacionadas às demências no envelhecimento como uma questão prioritária de saúde pública. Essa é a avaliação da Associação Brasileira de Alzheimer – ABRAZ -, sobre a lei que cria a Política Nacional de Cuidado Integral às pessoas com doença de Alzheimer e outras demências sancionada pelo presidente Lula nessa terça-feira.

A geriatra Celene Pinheiro, presidente nacional da Abraz,  classifica a lei como um marco significativo em defesa dos direitos e interesses, não só das pessoas com Alzheimer, como também de seus familiares e cuidadores.

Investimentos em prevenção, diagnóstico precoce, pesquisa e construção de uma rede pública interdisciplinar são pontos que a geriatra considera como imprescindíveis para fortalecer a proteção e visibilidade na luta por saúde e dignidade das pessoas que vivem com demência no país.

A criação de uma comissão interministerial para desenvolver as diretrizes do Plano Nacional em Demência será o próximo passo para reafirmar a inclusão da lei na agenda prioritária de políticas públicas do Brasil.

Um estudo da Universidade Federal de Minas Geral em parceria com a FioCruz revela que a incidência de demência na população brasileira, com 60 anos ou mais, está em torno de 1,7 milhão, representando 5,8% desse grupo etário.

A pesquisa também revela que 2,2 milhões de brasileiros, acima dos 60, foram diagnosticados com algum comprometimento cognitivo. Essa parcela, embora não tenha demência, se encontra em um grupo de risco para desenvolver demência no futuro.

Oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença do paciente em seu próprio ambiente e estender essa demanda de cuidados ao Sistema Único de Saúde são alguns dos desafios estabelecidos pela Política Nacional de Cuidado Integral às pessoas com doença de Alzheimer e outras demências. Para a presidente da Associação Brasileira de Alzheimer, este ponto é decisivo para dar visibilidade ao trabalho fundamental de cuidadores formais e informais.

A aposentada Neire Bispo, de 62 anos, conhece bem essa realidade. Há oito anos, o marido dela foi diagnóstico com Alzheimer. De lá para cá, ela divide com a filha uma jornada de sobrecarga de cuidados que exigem uma equipe de cuidadoras, gastos financeiros e apoio emocional para a família. Afinal, quem cuida também precisa de cuidados.

Entre as diretrizes da nova Política Nacional, estão promover a conscientização da detecção precoce de sinais e sintomas sugestivos da doença de Alzheimer e de outras demências, bem como prover informações à população. Atualmente quase 50% dos casos de demências no Brasil podem ser prevenidos, de acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer. Perda auditiva, baixa escolaridade, depressão, fumo e sedentarismo estão entre os fatores que contribuem para o risco de demência.



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