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Brasileiros estão mais endividados, mas uso do cheque especial diminui


O uso do cheque especial continua desacelerando. Em maio, esse meio de endividamento chegou a quase 4%, o menor índice registrado desde abril de 2010, quando atingiu 9,5%, a maior da série histórica. 

É o que mostra a pesquisa da CNC, Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo sobre endividamento e inadimplência do consumidor.

A aposta da Confederação é que o resultado seja reflexo de um maior planejamento financeiro das famílias brasileiras.

A Pesquisa também registrou a terceira alta consecutiva do percentual de brasileiros endividados: quase 79% dos entrevistados tinham dívidas maiores, o que representa 0,3 ponto percentual a mais, se comparado ao resultado de abril, e o maior desde novembro de 2022. 

Para a Confederação, isso revela que as famílias continuam aumentando sua demanda por crédito, aproveitando o menor custo dos juros. O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, avalia que o cenário econômico atual tem possibilitado um controle mais apurado das finanças. 

“O resultado mostra que a economia brasileira tá melhorando. As famílias brasileiras estão tendo melhor renda, melhor acesso ao crédito e estão sinalizando melhor planejamento financeiro. Todos os condicionantes de emprego, aumento de renda e diminuição de juros possibilitaram que as famílias utilizassem mais o crédito sem se expor à cenários de inadimplência”. 

A maior parte da população aumentou o seu endividamento, tanto em relação a abril de 2022 quanto a 2023. A classe mais alta, com renda acima de dez salários mínimos, foi a única que registrou redução de suas dívidas. Na soma do ano, a queda foi de 3,6 ponto percentual. 

Já a faixa de baixa renda aparece na pesquisa como a que apresentou a maior necessidade de recorrer ao crédito, e também aquela como maior dificuldade em pagar as dívidas. 

O economista-chefe da CNC destaca o papel decisivo que o Pograma de Renegociação de Créditos Desenrola Brasil teve.   

“O Desenrola foi muito positivo pra economia brasileira, porque nós estávamos num cenário de endividamento com inadimplência elevada. Quando houve, pela primeira vez na história, um programa para refinanciar as dívidas e reorganizar a vida das famílias, especialmente as de menor renda, isso trouxe a possibilidade de melhorar a discussão e a educação financeira dessas famílias. O Desenrola foi benéfico em retirar as famílias da inadimplência e colocá-las novamente no mercado de consumo”. 

Em maio deste ano, o tempo médio de atraso nas dívidas ficou estável em 64 dias na comparação com maio de 2023.



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