A Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (EUA), órgão do Departamento de Segurança Interna, informou que a viagem mais recente de Filipe Martins ao país ocorreu em 18 de setembro de 2022, com destino a Nova York. Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais no governo Bolsonaro, está preso há quatro meses sob suspeita de ter viajado para Orlando em uma comitiva do então presidente Jair Bolsonaro.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), baseou a acusação na delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro. No entanto, a defesa de Martins já havia contestado a informação, afirmando que o ex-assessor não esteve em Orlando na data mencionada por Moraes. A própria Alfândega dos EUA comunicou anteriormente que não havia registros da entrada de Martins no país naquele período.
Recentemente, a defesa de Martins apresentou comprovantes da Uber que reforçam a tese de que ele não viajou aos EUA em 30 de dezembro de 2022. Segundo documentos divulgados pela Revista Oeste, Martins estava em uma hamburgueria no centro de Brasília em 30 de dezembro e, no dia seguinte, dirigiu-se ao aeroporto da capital federal para viajar a Curitiba. Ao chegar à cidade, ele utilizou novamente o serviço por aplicativo. Na ocasião, Bolsonaro já havia embarcado para o exterior.
Os advogados também apresentaram bilhetes de passagens aéreas que comprovam a presença de Martins no Brasil na data alegada por Moraes para justificar sua prisão. A Latam confirmou ao STF a ida do ex-assessor para a capital paranaense.
Apesar dessas evidências, Moraes ignorou as provas e rejeitou um pedido de soltura de Filipe Martins na última semana.