O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso polêmico na posse da nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, na quarta-feira (19), que será lembrado como uma das manifestações públicas mais controversas de seu terceiro mandato. As declarações do petista foram consideradas fantasiosas e ofensivas, especialmente no contexto das investigações da Operação Lava Jato.
“É sempre uma grande alegria voltar à Petrobras e ver essa empresa pujante, resistente a tantas tentativas de desmonte e dilapidação de seu patrimônio”, afirmou Lula, apesar de seu envolvimento nas tentativas de desmonte da empresa, conforme revelado pela Lava Jato.
Lula criticou a Lava Jato e outros agentes da “elite política e econômica” do país, alegando que não têm “compromisso com a soberania do Brasil e a melhoria de vida do nosso povo”. Ele afirmou que “tentaram destruir a Petrobras antes mesmo de sua criação” e que a história não esquecerá os editoriais que preferiam ver o petróleo brasileiro entregue a empresas estrangeiras.
O presidente também lamentou as tentativas de privatização da Petrobras e a perda de controle sobre empresas como a Eletrobras e a Vale, associando isso à demora para indenizar as vítimas das tragédias de Mariana e Brumadinho. Lula defendeu que empresas com muitos acionistas “não cumprem o papel social” que ele considera importante.
Durante o discurso, Lula exaltou o ciclo de investimentos patrocinado em seu primeiro governo e as descobertas do pré-sal, mas criticou a Lava Jato, acusando-a de tentar desmontar a Petrobras sob o pretexto de combater a corrupção. “Se o objetivo fosse de fato combater a corrupção, que se punisse os corruptos, deixando intacto o patrimônio do nosso povo”, disse Lula.
Deltan Dallagnol, ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato, rebateu com números: “Nós punimos os corruptos: foram 533 acusados, mais de 250 condenações e um total de 2600 anos de pena. A Lava Jato recuperou mais de R$ 15 bilhões para a sociedade, sendo que R$ 6 bilhões foram devolvidos à Petrobras, que os seus governos petistas destruíram e rapinaram”.
Lula também afirmou que muitas vezes chorou ao ver funcionários da Petrobras sendo chamados de corruptos em restaurantes, e que a “farsa que sustentou a Lava Jato foi desmontada”. Ele defendeu ex-presidentes como Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, alegando que foram alvo de acusações injustas.
Ao fim do discurso, Lula sugeriu que a derrota do Brasil para a Alemanha por 7 a 1 na Copa do Mundo de 2014 foi um castigo divino: “E Deus é justo, nós tomamos de 7 a 1 naquela Copa do Mundo da Alemanha. Já que é para castigar, vamos castigar”.
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