O ano de 2023 foi recorde no número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo, com mais de 13 mil celebrações, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (28), Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, a Arpen-Brasil.
Esse número é 23,5% maior que os 11 mil registrados em 2022 e 267,9% maior que os 3,700 mil em 2013, primeiro ano da norma nacional editada pelo Conselho Nacional de Justiça, o CNJ.
Nos cinco primeiros meses de 2024 já foi registrado novo recorde nos casamentos homoafetivos em comparação com o mesmo período dos anos anteriores, com quase cinco mil casamentos.
Julia Santos Ferreira está nesta lista. Ela se casou em abril e comemora o crescimento no número de celebrações.
“Ainda tem muito preconceito com mulheres que se casam, que se amam. Então, eu acho que a importância principal do casamento homoafetivo hoje é essa igualdade de direitos, de mostrar que a gente é livre para amar quem a gente quiser”.
Ela também destaca a alegria da união.
“Para mim foi incrível, foi muito importante, foi um ato de amor e uma forma de gritar o que há muito tempo ficava calado”.
Para a realização do casamento é necessário que os noivos, acompanhados de duas testemunhas, compareçam ao Cartório de Registro Civil da região de residência de um deles para dar entrada na habilitação do casamento. Devem levar a certidão de nascimento, se solteiros, de casamento com averbação do divórcio, para os divorciados, e de casamento averbada ou de óbito, para os viúvos, além de documento de identidade e comprovante de residência.
Em 2023, também foram registradas 4 mil alterações de gênero, um aumento de 31,3% em relação aos 3.165 procedimentos de 2022, crescimento de 124,9% em comparação com as 1.848 mudanças ocorridas em 2019, primeiro ano completo da norma nacional definida pela Conselho Nacional de Justiça.