O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está se distanciando de seu ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Fabio Wajngarten, que agora enfrenta pressões e desconfianças dentro do círculo bolsonarista. Acusado de traições e deslealdade, Wajngarten se vê no centro de um turbilhão enquanto a Polícia Federal conclui o inquérito sobre a possível venda de joias de alto valor por Bolsonaro. O ex-assessor corre o risco de ser indiciado, embora negue qualquer participação ilegal.
Advogados e aliados políticos próximos a Bolsonaro afirmam que houve uma quebra de confiança por parte de Wajngarten, que estaria seguindo uma agenda própria, nem sempre alinhada aos interesses do ex-presidente. Apesar da proximidade e das frequentes viagens juntos, Wajngarten não acompanhou Bolsonaro em sua recente visita ao Pará, embora ambos continuem a se comunicar.
Wajngarten, envolvido na pré-campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB), também não participou da escolha do vice de Nunes, o coronel da reserva Ricardo Mello Araújo (PL), indicado por Bolsonaro. Durante um almoço em junho com Nunes e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), Wajngarten não esteve presente, evidenciando a tensão com Mello Araújo e a desconfiança com Tarcísio, com quem tentou, sem sucesso, ser escolhido como secretário de Comunicação da gestão estadual.
Políticos próximos a Bolsonaro e Tarcísio desconfiam de Wajngarten, apontando seu perfil centralizador e seu uso da influência sobre Bolsonaro para benefício próprio. Alguns aliados temem que Wajngarten possa se tornar um “homem-bomba” caso seja indiciado pela Polícia Federal.
Conhecido como “faz-tudo” do ex-presidente, Wajngarten não só mediava a relação com a imprensa como também atuava como porta-voz jurídico de Bolsonaro em alguns processos. Sua ausência em eventos-chave e as suspeitas sobre suas intenções geraram descontentamento entre os aliados de Bolsonaro, exacerbando o distanciamento.
A relação tensa entre Bolsonaro e Wajngarten, agravada pelas investigações em curso e pela dinâmica política interna, reflete um momento de incerteza e realinhamento dentro do círculo do ex-presidente. O afastamento de Wajngarten pode ter implicações significativas para ambos, à medida que enfrentam as consequências das investigações e as demandas políticas em evolução.
A possibilidade de que Wajngarten esteja operando com uma agenda própria levanta a questão: ele seria um “cavalo de Troia” na família Bolsonaro? Seu distanciamento repentino, a falta de participação em eventos cruciais e as alegações de deslealdade sugerem uma reconfiguração de poder e influência dentro do grupo bolsonarista.
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