Portugal saiu derrotado do Europeu, após ter perdido nos penáltis com a seleção francesa. A tristeza da Seleção Nacional traduz-se tanto nos rostos dos jogadores como nas reações ao resultado.
As reações dos protagonistas:
Roberto Martínez (selecionador de Portugal): “Precisamos de estar orgulhosos dos jogadores, que lutaram e tiveram um desempenho muito bom. O futebol pode ser cruel. Agradeço o apoio dos adeptos, que foram incríveis. Foi muito difícil, porque queríamos dar uma alegria ao povo português. A equipa deu tudo e mostrou os valores de Portugal.
Foi um bom jogo. A França é uma boa equipa, mas nós tivemos mais bola, criámos oportunidades e jogámos olhos nos olhos numa partida aberta. Faltou-nos precisão e marcar um golo.
Foi um jogo de alto nível técnico e tático e tentámos tudo. Criámos perigo por dentro, chegámos (à área adversária) pelas duas alas, o Rafael Leão esteve sempre preparado para utilizar o seu talento e todos os jogadores que entraram a partir do banco de suplentes ajudaram e acrescentaram. No geral, foi um desempenho muito bom, mas faltou o resultado final.
(desempate por grandes penalidades) Trabalhámos muito. Fizemos isso muito bem contra a Eslovénia (vitória por 3-0 frente à Eslovénia, após 0-0 nos 120 minutos, nos ‘oitavos’), mas hoje a bola bateu no poste e saiu. É a diferença, mas faz parte. Não é uma situação por falta de qualidade ou de preparação, mas de azar. O futebol é assim. Uma equipa precisa de passar e a outra não pode. É cruel, porque tivemos muito mérito hoje.
(mensagem a João Félix pelo penálti falhado) O balneário é forte e ajuda um jogador que esteja num momento difícil. Só os que batem grandes penalidades é que podem errar. Isso faz parte do futebol. O importante é que tivemos um período de bom trabalho e os valores do balneário foram muito bons. Temos de utilizar isso para crescer e olhar em frente, porque há vida depois do Europeu e estes jovens jogadores têm um futuro muito grande.
Não é momento de avaliar (a prestação de Portugal no Euro2024). O melhor é a atitude, o que tivemos no balneário e o apoio dos adeptos portugueses. Foi uma experiência única. Estamos tristes, porque queríamos dar-lhes uma alegria grande, mas foi um período em que demos tudo”.
Pepe (jogador de Portugal): “(se foi o último jogo pela seleção nacional) O importante não é isso. Vou ter tempo para falar do meu futuro. O mais importante é dar os parabéns aos meus companheiros pela entrega que tiveram no jogo, cumprindo sempre o plano que tínhamos traçado, mas o futebol é isso, é cruel.
(lágrimas no final do jogo) Vou ter tempo de falar. Primeiro, temos de passar por esse processo de dor e tristeza, que faz parte. Todos estávamos com o objetivo de querer ganhar e dar o nosso melhor pelo nosso país. Não conseguimos dar essa alegria ao nosso povo, mas, infelizmente, o futebol é assim. É muito cruel.
Há quatro dias ganhámos nas grandes penalidades (por 3-0 frente à Eslovénia, após 0-0 nos 120 minutos, nos ‘oitavos’), mas hoje perdemos. Há que dar força aos meus companheiros para podermos seguir e acreditar no processo, porque estamos num bom caminho”.
Bernardo Silva (jogador de Portugal): “(melhor exibição da seleção nacional na prova) A impressão que tive dentro de campo é que sim, mas é futebol. Nestas grandes competições, de curta duração, nem sempre ganham as melhores equipas, nem as que jogam melhor.
Da mesma forma que, se calhar, foi cruel para a Eslovénia nos ‘oitavos’, hoje foi cruel para nós. É futebol. Seguimos em frente e foi uma lição. Há que tentar melhorar da próxima vez, mas é difícil (pensar nisso) por agora, porque ainda está tudo curto na memória.
Agora, temos de manter o grupo coeso. Trabalhámos muito entre todos e, apesar de as pessoas pensarem que não e de algumas críticas, conseguimos sempre manter um balneário com um espírito muito bom. Isso é único. Nestes momentos é que se veem as grandes equipas. Vamos tentar manter essa coesão para o que aí vem num futuro distante.
(mensagem a João Félix pelo penálti falhado) Pessoalmente, passei por isso há pouco tempo. Eu falhei um penálti contra o Real Madrid (ao serviço do Manchester City) e fomos eliminados nos quartos de final da Liga dos Campeões. Só falha quem vai lá bater. O facto de ele ter assumido a responsabilidade e ter carregado esse peso de marcar um penálti pela nossa seleção… Nós sabemos o quão difícil é. Claro que custa. Todos nós sentimos a pressão nestes momentos e alguém tem de falhar para uma equipa ganhar. Hoje tocou ao João Félix e estamos todos com ele”.
Vitinha (jogador de Portugal): “Neste momento, é difícil estar a pensar no jogo e naquilo que faltou, fizemos de errado ou poderíamos ter feito de forma diferente. Há muita frustração e um sentimento de injustiça. Sentíamos que merecíamos. Empenhámo-nos muito e demos tudo de nós nesta competição. Quando é assim, dói, mas é o futebol.
(melhor exibição da seleção nacional na prova) Talvez, mas acabámos por ser eliminados. Infelizmente, hoje caiu para a França. Poderia ter caído para nós. Com a Eslovénia (vitória por 3-0 nos penáltis, após 0-0 nos 120 minutos, nos ‘oitavos’) caiu para nós. É a vida”.
Nuno Mendes (jogador de Portugal): “Faltou-nos eficácia, chegar lá (à área adversária) e meter a bola dentro da baliza. Tivemos muitas ocasiões, fizemos tudo para chegar á vitória, mas, infelizmente, não conseguimos. É o futebol. Às vezes, ganhas, mas outras vezes perdes. É levantar a cabeça e dar continuidade ao trabalho.
O jogo iria ser decidido nos detalhes e tentámos ao máximo não cometer erros. Foi um bom jogo da nossa equipa, mas eles também estiveram bem defensivamente. Não conseguimos chegar ao golo e eles ganharam nos penáltis.
A França tem jogadores muito bons ofensivamente, de alta qualidade e, quando iam lá, criavam muito perigo, mas estávamos preparados para isso e tínhamos o Diogo Costa na baliza. Como é óbvio, temos muita confiança nele.
(desempate por grandes penalidades) É uma questão de sorte. No jogo passado, calhou para nós, mas hoje foi para eles. É continuar e levantar a cabeça, porque não é o primeiro nem o último Europeu. É dar continuidade ao trabalho que temos feito”.