“Estas eleições são muito importantes para a França, mas também para a Europa. Os franceses, todos, estão conscientes disso”, disse aos jornalistas no Liceu Francês, em Lisboa, após votar presencialmente.
De acordo com Hélène Farnaud-Defromont, a afluência às urnas em Portugal “é boa”, referindo que “mais de um terço” dos cerca de 20.000 eleitores inscritos nos cadernos eleitorais votaram pela Internet.
A responsável lembrou também que hoje há cinco mesas de voto em Portugal: três em Lisboa, uma no Algarve, em Vilamoura, e outra no Porto, onde é possível votar, presencialmente, até às 18:00.
Questionada acerca dos resultados esperados para a segunda volta das eleições, Hélène Farnaud-Defromont disse não ter “qualquer prognóstico”, lembrando que os resultados serão conhecidos à noite, pelas 20:00 francesas (19:00 em Lisboa).
Na primeira volta, e de acordo com a embaixadora, em Portugal “votaram mais de 50% dos eleitores franceses”, adiantando que a nível nacional (em França) a participação “foi de 67%, quase 20 pontos (percentuais) mais que nas últimas eleições”.
Portugal faz parte do 5.º Circulo eleitoral para os cidadãos franceses estabelecidos fora de França, juntamente com Espanha, Andorra e Mónaco.
As estimativas do número total de franceses a residir em Portugal variam entre cinquenta e sessenta mil, de acordo com dados da Embaixada.
Na primeira volta, a 30 de junho, a União Nacional conseguiu vencer pela primeira vez as eleições legislativas. Obteve 33,10% dos votos, seguido da aliança de esquerda Nova Frente Popular com 28%, a lista presidencial Juntos (Ensemble, em francês), que obteve 20%, enquanto a direita e os Republicanos se ficaram pelos 6,7%.
O Presidente Emmanuel Macron anunciou a primeira volta eleitoral, que decorreu há uma semana, quando as assembleias de voto ainda mal tinham encerrado no dia das eleições europeias, em 09 de junho.
Nas europeias, a RN venceu com mais de 30% dos votos, o que, segundo Macron, justificava novas eleições legislativas, que, teoricamente, só deveriam realizar-se em 2027.
As previsões para hoje antecipam uma grande afluência às urnas, que poderá acabar por repetir os 66,7% da primeira volta, uma afluência que não se registava desde 1997.
Nestas eleições estão em causa os 577 lugares da Assembleia Nacional (parlamento).
Segundo uma sondagem divulgada na quarta-feira pelo instituto Toluna Harris Interactive, a União Nacional poderá conseguir entre 190 e 220 lugares, insuficientes para alcançar a maioria absoluta (289 lugares), o que pode colocar em causa que o líder do partido, Jordan Bardella, se torne primeiro-ministro.
Já a coligação de esquerda, Nova Frente Popular, poderá obter entre 159 a 183 lugares e a coligação presidencial Juntos (Ensemble, em francês) conseguirá obter 110 a 135 lugares.
Em caso de não existir uma maioria clara e não houver acordos entre os partidos para uma coligação governamental, pode verificar-se um impasse, uma situação inédita em França.