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Casa onde esquentador mal instalado causou a morte de dois jovens serviu como lar ilegal de idosos – Portugal



A casa onde os dois jovens morreram e um outro ficou ferido por inalação de monóxido de carbono tinha servido antes como um lar de idosos ilegal. Segundo as autoridades, o espaço não tinha condições e foi encerrado pela Segurança Social em 2017. Os proprietários da casa não mudaram e, no total, viram por três vezes espaços clandestinos serem encerrados pelas autoridades. Apesar de estarem a braços com a Justiça, mantiveram a atividade.

Foi a 10 de fevereiro de 2017 que os 10 idosos que estavam no lar ilegal foram retirados e transferidos para outras instituições. As autoridades perceberam que os utentes acamados que ali se encontravam estavam confinados a um único espaço, que servia para dormir e para as refeições. As casas de banho estavam sujas e o cheiro era nauseabundo. Também a cozinha estava degradada e com bilhas de gás junto ao fogão. Aos idosos eram dados alimentos fora do prazo. Os utentes pagavam entre os 300 e os 550 euros.

Mesmo depois de o lar ser encerrado, segundo o MP, a atividade continuou. “Ignorando as desconformidades detetadas no âmbito das vistorias, os arguidos procederam a obras de ampliação, para aumentarem o número de dependências do imóvel, nomeadamente anexos. Na sequência disso, tendo em vista rentabilizar o espaço paralelamente à estrutura residencial para pessoas idosas, os arguidos passaram a arrendar quartos”, lê-se na acusação.

PORMENORES

MP MORTES PODIAM SER EVITADAS

Para o MP não há dúvidas de que as mortes podiam ter sido evitadas, apontando ao arguido João Loura como tendo obrigação de perceber o problema ou, pelo menos, parar de arrendar o quarto por ter formação em Engenharia Civil.

CHOQUE 3.ª VÍTIMA ERA DO BRASIL

Ilher Fraga, de 20 anos, tinha vindo para Portugal em busca de um futuro melhor. A mãe veio com ele e foi quando aterrou no Brasil que soube que o filho tinha sido encontrado morto no quarto que tinha acabado de arrendar.

ARGUIDOS CONTAM OUTRAS CAUSA

Goreti Gomes, de 53 anos, disse em tribunal que desconhecia as causas das mortes. Sobre o primeiro jovem, disse que pensava que tinha morrido de overdose. E o segundo tinha ido parar ao hospital por não se alimentar. Já a terceira vítima, que acabou por falecer, disse que pensava que se tinha sentido mal por tomar comprimidos para emagrecer.





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