Era um dos momentos mais esperados destes Jogos Olímpicos e Simone Biles esteve à altura das expectativas. Perante estrelas do cinema (Tom Cruise e Jessica Chastain) ou da música (Lady Gaga, Snoop Dogg ou Ariana Grande), mostrou que é ela quem brilha mais alto na ginástica artística.
Há três anos, em Tóquio, Biles apontava a seis medalhas de ouro, depois de ter conquistado quatro no Rio de Janeiro. Mas na capital japonesa desistiu de quatro finais individuais e ‘só’ conquistou a prata por equipas e o bronze na trave, justificando a decisão com “questões de saúde mental”. Não sentia confiança no próprio corpo e foi decidido que se afastasse para não correr perigo face à dificuldade dos seus exercícios.
Passou os últimos anos a ser uma porta-estandarte da importância da saúde mental no desporto profissional e este domingo mostrou que ultrapassou as inseguranças. Foi a mais forte na qualificação e nem um susto a travou. No aquecimento para o exercício do solo, o segundo de quatro aparelhos, pareceu torcer o tornozelo esquerdo. “Sentiu uma picada no gémeo. Nunca lhe passou pela cabeça desistir”, explicou a sua treinadora, a francesa Cecile Landi. Ligou o pé, primeiro, e a perna, depois, e deslumbrou no solo, no salto de cavalo e nas barras paralelas assimétricas.
Quem também brilhou foi Filipa Martins, ao tornar-se na primeira ginasta portuguesa a apurar-se para a final individual do all-around (os quatro aparelhos nas mulheres e os seis nos homens). Para ser 18.ª na qualificação (vão 24 à final), muito contribuiu o ‘Yurchenko’ com dupla pirueta, um salto no cavalo que está a treinar “desde 2014 ou 2015”. “Só que é um salto tão arriscado que sempre tivemos medo. Só aos 28 anos o pus em competição”, revelou.
