Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

TCU aponta irregularidades em contrato entre Petrobras e Unigel no mercado de fertilizantes

TCU aponta irregularidades em contrato entre Petrobras e Unigel no mercado de fertilizantes


Em julgamento nesta quarta-feira (31), o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou irregularidades em um contrato firmado entre a Petrobras e a petroquímica Unigel, relacionado ao mercado de fertilizantes. O contrato, celebrado em dezembro de 2023, foi encerrado em junho deste ano sem ter sido efetivado. Segundo a Petrobras, as condições de eficácia do termo não foram atendidas.

“O processo de avaliação econômica que deveria ter guiado a decisão estava enviesado, considerando riscos e oportunidades inadequados e subestimando outros elementos”, afirmou o ministro Benjamin Zymler em seu voto.

O contrato, estabelecido na modalidade de “tolling”, previa que a Petrobras forneceria gás natural para a produção de fertilizantes, recebendo o produto industrializado, enquanto a Unigel seria responsável pelo processo fabril. A produção seria realizada nas fábricas de fertilizantes de Sergipe e Bahia (Fafens SE e BA), propriedades da Petrobras arrendadas à Unigel em 2020 por um período de dez anos.

No entanto, o processo de análise do contrato já tramitava no TCU, com pedidos de afastamento do diretor e gerente envolvidos, Sergio Caetano Leite e William França. Na quarta-feira (31), o Tribunal considerou esses pedidos prejudicados, pois o diretor foi demitido da estatal e a análise técnica concluiu que não havia conflitos de interesse.

A análise de riscos realizada pela Petrobras indicou que a assinatura do contrato resultaria em um prejuízo de R$ 487,1 milhões em oito meses. A estatal considerou dois outros cenários, com perdas ainda maiores:

  • Retomar as fábricas de fertilizantes na Bahia e em Sergipe, com um custo de R$ 1,23 bilhão.
  • Não firmar o contrato e não retomar as fábricas, acarretando um prejuízo de R$ 542,8 milhões.

O TCU concluiu que os cálculos da Petrobras subestimaram os riscos do contrato e supervalorizaram suas oportunidades. Para a área técnica, a comparação foi “imprópria”.

“O risco considerado distorceu completamente o resultado da análise econômica das alternativas, pois o valor monetário esperado do tolling ficou menos deficitário do que os das outras duas opções”, escreveu Zymler.

O ministro também observou que a Petrobras “não observou as boas práticas de governança que orientam as empresas estatais”. A estatal não cumpriu sua própria estratégia de investimento para o período de 2024 a 2028.

Além disso, os ministros do TCU entenderam que o contrato “representou a assunção, pela diretoria responsável, de sobrelevados riscos decorrentes do momento mercadológico desfavorável em que foi celebrado, potencializado pela precária situação econômico-financeira do grupo Unigel”.



Link da fonte aqui!