Segundo o portal UOL, Apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmar que a distribuição de recursos da União não leva em conta a orientação político-partidária de prefeitos e governadores, uma apuração revela que pelo menos seis cidades governadas pelo PT ou por partidos aliados receberam, juntas, R$ 1,4 bilhão desde janeiro de 2023, quando Lula assumiu o atual mandato.
De acordo com uma reportagem publicada nesta segunda-feira (19) pelo portal UOL, esses repasses foram feitos sem a devida aprovação técnica, com valores superiores aos solicitados e com pedidos de prioridade. As cidades beneficiadas foram Mauá (SP), Araraquara (SP), Diadema (SP), Hortolândia (SP), Cabo Frio (RJ) e Belford Roxo (RJ). Das seis, quatro são governadas pelo PT e duas por partidos aliados.
A investigação do UOL aponta que esses municípios receberam tratamento preferencial na liberação de recursos em comparação com cidades maiores ou com menor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Por exemplo, Araraquara e Diadema obtiveram mais verba para exames e cirurgias do que 13 capitais, como Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e Maceió (AL). As negociações desses repasses teriam sido coordenadas diretamente pelo gabinete de Lula, envolvendo verbas dos ministérios da Saúde, Cidades, Educação, Trabalho e Assistência Social. Especialistas em Direito Administrativo consultados pelo UOL identificaram possíveis indícios de tráfico de influência e improbidade administrativa nos repasses.
A reportagem sugere ainda que a destinação desses recursos contou com a participação ativa de Marco Aurélio Santana Ribeiro, conhecido como Marcola, chefe de gabinete de Lula. Considerado um dos principais assessores do presidente, Marcola tem acesso direto a Lula, superado apenas pela primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja. Desde o início do terceiro mandato de Lula, Marcola se reuniu 33 vezes com prefeitos e secretários municipais, sendo 22 desses encontros com representantes das seis cidades mais beneficiadas. Lula, por sua vez, recebeu em seu gabinete no Planalto 17 prefeitos, dos quais 12 eram das cidades de Araraquara, Mauá, Diadema, Belford Roxo e Cabo Frio.
Em nota, o Palácio do Planalto negou qualquer irregularidade, afirmando que os atendimentos às demandas dos prefeitos seguem critérios objetivos e que todos os recursos são liberados pelos ministérios de forma documentada.
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