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PF indicia deputado André Janones por suspeita de “rachadinha” em gabinete


A Polícia Federal (PF) indiciou o deputado federal André Janones (Avante-MG), na quinta-feira, 12 de setembro, sob a suspeita de envolvimento em um esquema de “rachadinha” em seu gabinete na Câmara dos Deputados.

Além de Janones, um assessor e um ex-funcionário também foram indiciados, respondendo pelos crimes de corrupção passiva e associação criminosa.

O caso veio à tona no final de 2023, após o jornal Estado de S. Paulo divulgar áudios nos quais o deputado André Janones sugere a prática de “rachadinha” em seu gabinete. Em junho deste ano, a PF confirmou a autenticidade dos áudios. O Instituto Nacional de Criminalística analisou detalhes como padrões fonéticos e expressões recorrentes, resultando em uma correspondência quase integral, no penúltimo nível da escala de análise, que varia de -4 a +4.

O delegado responsável, Roberto Santos Costa, pretende concluir as investigações com a análise das quebras dos sigilos bancário e fiscal de Janones e de seus assessores. As suspeitas aumentaram após a divulgação de gravações de fevereiro de 2019, onde Janones, em uma conversa com assessores, menciona o uso de “rachadinha” para custear suas despesas de campanha à prefeitura de Ituiutaba, em 2016.

Vários assessores já prestaram depoimento, e enquanto alguns negam a devolução de parte dos salários, os áudios revelados apontam divergências significativas, reforçando as suspeitas. Outras testemunhas deverão ser ouvidas nas próximas semanas.

Janones, ao se defender, apresentou declarações contraditórias, afirmando que não era deputado quando sugeriu o desvio de salários para cobrir as dívidas da campanha eleitoral de 2016, quando concorreu à prefeitura de Ituiutaba e foi derrotado. Em um áudio revelado pelo Metrópoles, ele afirmou que participaria de uma sessão no plenário da Câmara após uma reunião com sua equipe.

O deputado tentou minimizar as acusações, afirmando que a ideia de “rachadinha” foi vetada por sua advogada. “A história: eu (quando ainda não era deputado) disse para algumas pessoas (que ainda não eram meus assessores) que eles ganhariam um salário maior do que os outros, para que tivessem condições de arcar com dívidas assumidas por eles durante a eleição de 2016. Ao final, a minha sugestão foi vetada pela minha advogada e, por isso, não foi colocada em prática. Fim da história”, escreveu Janones no X (antigo Twitter).



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