Um incêndio de grandes proporções no Parque Nacional de Brasília, iniciado no último domingo (15/9), está devastando a vegetação e ameaçando a fauna local. A situação provocou uma densa coluna de fumaça que, até a manhã desta segunda-feira (16/9), cobriu o Distrito Federal com uma névoa seca, afetando a qualidade do ar.
De acordo com o sistema de monitoramento em tempo real da empresa suíça IQAir, a qualidade do ar na região é classificada como “moderada” devido à alta concentração de micropartículas na atmosfera. A IQAir também alerta que a concentração de poluentes nocivos no ar é cinco vezes maior do que o valor anual recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o que pode causar danos à saúde tanto a curto quanto a longo prazo.
Outro site de monitoramento, o AQICN.org, indicou que, às 8h30 desta segunda-feira, o nível de poluição atingiu categorias de “não saudável para grupos sensíveis” e “perigoso”, com potencial para causar sérios efeitos à saúde de toda a população.
Diante da situação, especialistas recomendam evitar atividades ao ar livre, especialmente para grupos de risco, como idosos, crianças e pessoas com comorbidades. Outras orientações incluem manter portas e janelas fechadas, usar máscaras PFF2 ou N95 em ambientes externos, hidratar-se constantemente e utilizar umidificadores ou purificadores de ar.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) foi acionado às 11h20 de domingo (15/9) para combater as chamas no parque. Além disso, o CBMDF atendeu a 196 ocorrências de incêndio nos últimos dois dias. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informou que 1.200 hectares de vegetação foram destruídos em apenas oito horas, uma área equivalente a cerca de 1.600 campos de futebol. No fim de semana, a área total queimada na capital federal alcançou 2.202 hectares, ou cerca de 3 mil campos de futebol.
João Morita, coordenador de manejo integrado do fogo do ICMBio, acredita que o incêndio tenha sido criminoso e iniciou próximo à Granja do Torto, na área da Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb). “Ainda há focos de incêndio nesta manhã, mas os brigadistas trabalham para evitar a reignição das chamas. O fogo atingiu também a mata de galeria do Córrego do Bananal”, afirmou. A seca e o tempo quente agravam a situação, dificultando a respiração dos moradores, especialmente nas áreas próximas ao parque.
