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MST cobra mais assentamentos e pressiona governo Lula com ameaça de mobilizações

MST cobra mais assentamentos e pressiona governo Lula com ameaça de mobilizações


O Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) intensificou a pressão sobre o governo Lula, criticando a meta de assentamento de 20.490 famílias proposta para 2025 pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário. O movimento defende que sejam realizadas 60 mil regularizações. João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST, solicitou uma “reunião urgente” com o presidente. “O MST continua muito preocupado com a lentidão do tema agrário… O governo está propondo uma meta muito fraca para o ano que vem, de menos de 30 mil famílias. O MST não vai aceitar isso”, afirmou Rodrigues em vídeo.

Em meio às divergências, o MST sinaliza que, sem avanços nas negociações, podem ser realizadas novas mobilizações em março e abril, período em que o movimento marca seu aniversário com ocupações. Em abril deste ano, o MST promoveu invasões, incluindo áreas da Embrapa em Pernambuco, expondo o governo a críticas de setores do Congresso.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, defende cautela quanto à revisão de metas e afirmou que qualquer mudança deve passar por Lula. Ele explica que o aumento das regularizações depende da implementação de uma proposta de transformação de terras inadimplentes em assentamentos, coordenada por sua pasta. “Querer abrir (a revisão das metas) assim, de maneira precipitada, não é aconselhável”, afirmou o ministro.

A relação entre MST e governo Lula tem sido marcada por tensões. O movimento expressou insatisfação com a demora na nomeação de um novo superintendente do Incra e lamentou a falta de ação do governo para evitar a criação de uma CPI para investigar suas atividades, em maio. A comissão terminou sem que o relatório final fosse votado, mas trouxe desgaste ao movimento.

Em agosto, Lula se reuniu com a coordenação do movimento na Granja do Torto e, um mês antes, encontrou-se com lideranças de mais de 70 movimentos sociais em São Paulo, onde ouviu pedidos para intensificar a interlocução com os grupos populares.



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