O episódio das explosões na Praça dos Três Poderes na noite de quarta-feira (13), onde Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, detonou explosivos próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF) e morreu no local, deve impactar o andamento do projeto de lei de anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro. O ministro do STF Alexandre de Moraes se posicionou contra a iniciativa de anistia, afirmando que “não existe possibilidade de pacificação com anistia a criminosos”.
Para Moraes, o ataque de Wanderley, que se apresentava como Tiü França, é reflexo de um “discurso de ódio” dirigido às instituições democráticas e deve ser tratado como um alerta contra a impunidade. “A impunidade gera eventos como ontem, a impunidade vai gerar mais agressividade”, declarou o ministro, durante um evento do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Moraes, que assumiu o inquérito do caso, enfatizou que a pacificação no país passa pela responsabilização dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro e nos incidentes recentes. Ele mencionou que a Polícia Federal está próxima de concluir a investigação sobre os autores intelectuais dos atos de janeiro e apontou o chamado “gabinete do ódio” como uma origem para ações violentas, com instigação de ataques contra o STF e o Judiciário.
Ainda sem citar o ex-presidente Jair Bolsonaro, Moraes indicou que “pessoas com altos cargos na República” teriam endossado a violência contra as instituições. “Foram instigadas a atacar. Foram instigadas a tal ponto que usem bombas para isso”, completou o ministro. O termo “gabinete do ódio” refere-se a um grupo próximo a Bolsonaro que, conforme investigações da Polícia Federal, teria disseminado fake news e fomentado ataques a opositores e instituições ao longo do governo do ex-presidente.
O incidente em Brasília também gerou resposta rápida das autoridades. A Polícia Federal abriu um inquérito sobre o caso e a Polícia Militar do Distrito Federal classificou o ocorrido como “autoextermínio com explosivos”.
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