Na noite de quarta-feira (13), uma explosão em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) resultou na morte de um homem identificado como Francisco Wanderley Luiz, também conhecido pelo codinome “Tiu França”. O incidente gerou uma onda de repercussão no meio político, com ministros do Palácio do Planalto indicando que o episódio comprometeu seriamente as chances de aprovação do projeto de anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Francisco, que já havia concorrido ao cargo de vereador pelo Partido Liberal (PL) e era seguidor de figuras influentes da direita, como Jair Bolsonaro e Olavo de Carvalho, foi apontado como o responsável pelas explosões.
Para assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o caso demonstra que a concessão de anistia a apoiadores do movimento golpista de janeiro não possui mais espaço no Congresso. Segundo fontes, o governo avalia o episódio como um alerta para a necessidade de condenar aqueles que atentaram contra as instituições democráticas.
Atualmente, o Projeto de Lei da Anistia encontra-se paralisado na Câmara dos Deputados desde outubro, quando o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), transferiu a proposta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para uma comissão especial, que ainda não iniciou seus trabalhos. Com o cenário ainda mais incerto após o incidente, auxiliares de Lula acreditam que o projeto dificilmente avançará, pelo menos neste ano.
Em entrevista recente, o ex-presidente Jair Bolsonaro expressou dúvidas sobre a viabilidade do projeto de anistia ainda em 2024. Segundo ele, mesmo com o apoio de membros da CCJ, como a deputada Caroline de Toni (PL-SC), havia incerteza se a medida receberia apoio suficiente no plenário. Bolsonaro explicou que a decisão de Arthur Lira de enviar o projeto para uma nova comissão foi necessária, embora tenha reduzido as chances de uma aprovação rápida. “Esse ano não vai dar certo, no meu entender. Não vai ter tempo para isso”, disse.
Bolsonaro mencionou ainda que figuras políticas como José Múcio, ministro da Defesa, e Nelson Jobim, ex-ministro do STF, já se posicionaram de forma ambígua sobre o tema, o que reflete a falta de consenso mesmo entre aliados.
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