O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) consolidou seu favoritismo na disputa pela presidência do Senado ao fechar, nesta quarta-feira (13), um acordo com a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT). Com o apoio da sigla, que possui nove senadores, o ex-presidente do Senado caminha para suceder Rodrigo Pacheco (PSD-MG) em fevereiro de 2025, selando uma articulação que inclui a entrega de cargos importantes ao PT.
O pacto firmado entre Alcolumbre e o PT prevê a ocupação, pelo partido, da segunda vice-presidência do Senado e o comando de duas comissões, uma delas sendo a estratégica Comissão de Educação. Os nomes que ocuparão os cargos ainda serão definidos nas próximas semanas, em reuniões internas da bancada petista.
Embora Alcolumbre tenha integrado a base do ex-presidente Jair Bolsonaro em votações-chave no Senado, o acordo com o PT sinaliza um movimento que pode ser interpretado como um distanciamento definitivo do bolsonarismo. Alcolumbre já reúne apoio de partidos como União Brasil, PSB, PDT, PL e PP, e busca consolidar uma base ampla para garantir a sucessão de Pacheco.
O Republicanos, partido de forte alinhamento com Bolsonaro, ainda não oficializou seu apoio a Alcolumbre. Contudo, o líder da sigla no Senado, Mecias de Jesus (RR), havia indicado em agosto que o partido poderia apoiar a candidatura do senador do Amapá.
O acordo com o PT reforça a habilidade de Alcolumbre em costurar alianças transversais, mesmo em um ambiente político polarizado. Ao atrair o apoio de uma das principais bancadas da esquerda e oferecer cargos de relevância, o senador se posiciona como o principal nome para comandar o Senado nos próximos anos.
A articulação, no entanto, pode gerar reações dentro do campo conservador, especialmente entre aliados de Jair Bolsonaro, que veem no avanço de Alcolumbre sobre o apoio petista uma ruptura com a base política construída durante o governo anterior.
A aproximação de Alcolumbre com o PT também pode influenciar diretamente a relação do Senado com o governo Lula. Caso eleito, o senador do União Brasil terá a responsabilidade de equilibrar interesses divergentes em um Congresso altamente fragmentado, o que pode favorecer o avanço de pautas do Executivo, dependendo do alinhamento político estabelecido nos próximos meses.