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Lula mantém silêncio sobre queda de Assad, enquanto Brasil pede respeito ao Direito internacional

Lula mantém silêncio sobre queda de Assad, enquanto Brasil pede respeito ao Direito internacional


Diferentemente de líderes de países como Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não comentou oficialmente a queda do ditador sírio Bashar al-Assad, deposto no último domingo (8) após 13 anos de guerra civil. A tomada de Damasco por grupos rebeldes foi celebrada internacionalmente, mas o Brasil, por meio de seu Ministério das Relações Exteriores, optou por uma abordagem cautelosa e diplomática.

Em nota divulgada pelo Itamaraty, o governo destacou a gravidade da situação na Síria e pediu contenção de todas as partes envolvidas no conflito. O comunicado reafirma o compromisso do Brasil com o Direito internacional, a proteção de civis e a unidade territorial da Síria.

“O Brasil reitera a necessidade de pleno respeito ao Direito internacional, inclusive ao Direito internacional humanitário, bem como à unidade territorial síria e às resoluções pertinentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, diz a nota.

A embaixada brasileira em Damasco permanece operante e monitora a segurança dos cidadãos brasileiros na região. Até o momento, não foram registrados incidentes envolvendo brasileiros.

O silêncio de Lula também reacende polêmicas envolvendo seu governo anterior. Em 2010, o presidente concedeu a Assad o Grande Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta honraria brasileira oferecida a líderes estrangeiros. A decisão, criticada à época, gerou questionamentos ainda mais intensos com o agravamento do conflito sírio nos anos seguintes.

Em 2018, foi apresentado na Câmara dos Deputados um Projeto de Decreto Legislativo para revogar a condecoração de Assad, mas o processo segue parado na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

A queda de Bashar al-Assad foi proclamada neste domingo por grupos rebeldes islâmicos que tomaram o controle de Damasco. A ação encontrou pouca resistência do Exército sírio, e prisioneiros da prisão de Sednaya, um símbolo da repressão do regime, foram libertados.

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram multidões celebrando em praças públicas e sobre tanques abandonados, entoando gritos de “liberdade”. Para muitos sírios, o momento simboliza o fim de um dos regimes mais brutais do século 21 e o início de uma nova era para o país.

Assad governou a Síria por quase 14 anos, deixando um legado de devastação: mais de 10 milhões de refugiados, milhares de mortos e uma infraestrutura nacional destruída. A guerra civil e os crimes de seu regime ficaram marcados como uma das maiores crises humanitárias das últimas décadas.

Enquanto Lula mantém silêncio, líderes como Joe Biden, Emmanuel Macron e Ursula von der Leyen comemoraram o colapso do regime e expressaram apoio à reconstrução da Síria. O Brasil, por outro lado, segue uma posição diplomática e moderada, pedindo a preservação da integridade do país e o respeito às normas internacionais.



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