O general da reserva Walter Braga Netto (foto), candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, foi preso neste sábado, 14 de dezembro, pela Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro.
A prisão é parte da Operação Contragolpe, que apura uma tentativa de golpe de Estado e supostos planos de assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
A ação cumpriu um mandado de prisão preventiva, dois mandados de busca e apreensão e uma medida cautelar contra pessoas suspeitas de atrapalhar a coleta de provas no processo penal. Segundo a PF, as medidas visam evitar a repetição de ações ilícitas.
Braga Netto foi preso em Copacabana e será entregue ao Comando Militar do Leste, onde ficará sob custódia do Exército.
Ex-ministro da Casa Civil e da Defesa durante o governo Bolsonaro, ele está entre os indiciados pela PF pelos crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Além de Braga Netto, a investigação inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outros nomes do governo anterior, como ex-ministros, ex-comandantes militares e assessores, tanto da ativa quanto da reserva.
Figura central
O general Braga Netto é citado 98 vezes no relatório da Polícia Federal sobre uma suposta tentativa de golpe. Na página 250 do documento, ele é considerado uma “figura central nos atos que tinham o objetivo de subverter o regime democrático no Brasil“.
Reuniões importantes aconteceram em sua casa, em Brasília. Em uma delas, no dia 12 de novembro, militares teriam apresentado um plano para impedir a posse do governo eleito.
No encontro, participaram o tenente-coronel Mauro Cid, o major Rafael de Oliveira e o tenente-coronel Ferreira Lima.
Diz trecho do relatório:
“Em outra frente, os elementos de prova obtidos demonstram que o grupo investigado já atuava prevendo o cenário posterior à consumação do golpe de Estado, vislumbrando um ambiente de crise decorrente da abolição do Estado Democrático de Direito. Nesse sentido, planejaram a criação de um gabinete vinculado à Presidência da República, que seria composto em sua maioria por militares e alguns civis, liderados pelo general Augusto Heleno, bem como pelo general Braga Netto. A atribuição do Gabinete seria assessorar o então presidente da República Jair Bolsonaro na implementação das ações previstas no decreto golpista, criando uma rede de inteligência e contrainteligência para monitorar o cenário pós golpe e ainda atuar o campo informacional para obter o apoio da opinião pública interna e internacional.”
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