A valorização de quase 30% do dólar em 2024 já está impactando negativamente a indústria brasileira. A pesquisa de PMI (Purchasing Managers’ Index) da S&P Global, divulgada em dezembro, mostrou uma queda na confiança do setor, com o índice passando de 52,3 pontos em novembro para 50,4 pontos em dezembro. Esse patamar iguala a mínima do ano, registrada em agosto.
Embora o índice ainda não indique contração — que ocorre quando fica abaixo de 50 pontos —, o desempenho reflete uma desaceleração no otimismo.
Especialistas apontam que o dólar mais caro aumentou os custos de produção, pressionando os preços e reduzindo as vendas. Segundo Pollyanna de Lima, diretora associada de economia da S&P Global, a desvalorização do real frente ao dólar tem levado empresas a adotar posturas mais cautelosas.
“Houve um sinal de que as empresas entraram em modo retraído. O que talvez esteja causando essa tendência é uma depreciação prolongada do real brasileiro em relação ao dólar americano, que está pressionando os custos”, explicou.
Além disso, a alta taxa de juros no Brasil, que continua em níveis historicamente elevados, tem dificultado investimentos e restringido o crescimento econômico. “As empresas estão priorizando a gestão de custos e a eficiência em detrimento da expansão”, completou Pollyanna.