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Os investidores estrangeiros retiraram R$ 24,2 bilhões da bolsa brasileira em 2024, segundo dados da consultoria Elos Ayta, divulgados pela Revista Veja. Este é o maior saldo negativo desde 2019, quando a fuga foi de R$ 6,5 bilhões. A saída de capital internacional foi um dos fatores determinantes para a queda de 10% do Ibovespa no ano e a alta de 27% no dólar, que atingiu níveis alarmantes.
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Entre os meses de 2024, apenas julho, agosto, outubro e dezembro registraram entradas líquidas de capital estrangeiro. Agosto teve o melhor desempenho, com um saldo positivo de R$ 10 bilhões. Em contraste, abril foi o mês mais crítico, com a retirada de R$ 11 bilhões.
A redução no número de meses com saldo positivo reflete uma tendência de cautela entre os investidores internacionais. “Nos últimos anos, observamos uma diminuição progressiva na entrada de capital estrangeiro, o que indica uma percepção de risco maior em relação ao mercado brasileiro”, afirmou a Elos Ayta.
No cenário global, a combinação de juros elevados nos Estados Unidos, tensões geopolíticas e a preferência por ativos de menor risco, como títulos do Tesouro americano, contribuiu para o desinteresse pela B3. Mesmo com o Federal Reserve iniciando cortes na taxa de juros em setembro, os juros americanos, entre 4,25% e 4,5% ao ano, continuam atraindo investidores.
Além disso, as políticas econômicas esperadas do presidente eleito Donald Trump, com potencial inflacionário, reforçaram a preferência por ativos seguros, impactando mercados emergentes como o Brasil.
No Brasil, questões econômicas agravaram a fuga de capital. O aumento da dívida bruta, que encerrou 2024 em 77% do PIB, e a falta de medidas fiscais eficazes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva geraram desconfiança. A expectativa frustrada em torno do pacote econômico apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no fim de novembro, intensificou o movimento de saída.
“A B3 é um reflexo direto da saúde econômica e política do Brasil. Atrair investidores estrangeiros exige compromisso com previsibilidade, transparência e competitividade”, destaca a Elos Ayta.
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