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PF pede reconsideração de inquérito contra soldado israelense acusado de crimes de gu3rra


A Polícia Federal (PF) solicitou à Justiça a revisão da ordem de instauração de inquérito para investigar o soldado israelense Yuval Vagdani, acusado de crimes de guerra e genocídio na Faixa de Gaza. Em documento enviado ao Ministério Público Federal (MPF), a PF argumentou que não identificou elementos suficientes para justificar a investigação, ressaltando que Vagdani já deixou o Brasil e está em Israel.

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De acordo com a Polícia Federal, a abertura do inquérito poderia criar um precedente para que o Brasil investigue ações de estrangeiros envolvidas em conflitos de guerra, mesmo quando o país não tem jurisdição direta. O órgão também destacou que, durante a estadia do soldado no Brasil, o MPF não considerou necessário adotar medidas cautelares, como restrições de locomoção, busca e apreensão ou quebra de sigilos.

Yuval Vagdani, que estava de férias na Bahia, deixou o Brasil no domingo, 5, com o apoio da Embaixada de Israel em Brasília. O embaixador Daniel Zonshine afirmou que a saída foi monitorada à distância e coordenada diretamente pelo próprio militar. “Acompanhamos sua situação e a saída, que foi uma decisão pessoal dele”, disse Zonshine.

A denúncia contra Vagdani foi apresentada no dia 30 de dezembro de 2024 pela Fundação Hind Rajab (HRF), representada pelos advogados Maira Machado Frota Pinheiro e Caio Patrício de Almeida. O documento acusa o soldado de participar da demolição de casas de civis palestinos em novembro, fora de situações de combate, durante uma operação militar na Faixa de Gaza.

A HRF anexou à denúncia vídeos, fotos e dados de geolocalização que, segundo a entidade, vinculam Vagdani à destruição de um quarteirão residencial usado como abrigo por deslocados internos palestinos.

A decisão sobre a abertura ou não do inquérito está nas mãos da Justiça Federal, que ainda não se manifestou em resposta ao pedido da PF. A juíza federal Raquel Soares Charelli, responsável pela determinação inicial, argumentou que a gravidade das acusações exige apuração detalhada, mesmo diante das limitações jurisdicionais.



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