A empresa Leiaute, de Sidônio Palmeira, atual ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo Lula (PT), recebeu R$ 301 milhões do governo da Bahia nos últimos quatro anos. Os pagamentos ocorreram durante as gestões de Jerônimo Rodrigues e Rui Costa, ambos do PT. Os dados constam no Portal da Transparência do governo baiano.
Segundo Palmeira, a maior parte dos valores foi direcionada a emissoras de rádio, TV, mídia impressa e digital, para publicidade institucional do Estado. A Leiaute, da qual é sócio, reteve cerca de 15% do total, equivalente a R$ 45 milhões em quatro anos. Outros serviços subcontratados seguem porcentuais variados.
Em nota, Sidônio afirmou que a Leiaute não fica integralmente com os recursos. Parte significativa é destinada a fornecedores e parceiros, contratados mediante cotações de mercado para produção de conteúdos publicitários. A empresa já foi investigada pelo Ministério Público da Bahia, em processo encerrado após o pagamento de multa de R$ 306 mil e implementação de políticas de ética e compliance.
Além dos contratos estaduais, outra empresa de Sidônio, a Nordx Estratégia e Criatividade, recebeu R$ 2,2 milhões do diretório nacional do PT em 2024. Na campanha presidencial de 2022, Lula pagou R$ 37,9 milhões à Nordx por serviços de marketing. Sidônio alegou ter reduzido sua participação na gestão da Leiaute e declarou que viagens pessoais a Brasília foram custeadas com recursos próprios.
A relação de Sidônio com o PT na Bahia remonta a 2006, com a posse de Jaques Wagner como governador. Desde então, a Leiaute consolidou-se como principal responsável pela publicidade estadual. Entre 2020 e 2024, firmou três contratos com o governo, incluindo um emergencial de R$ 35 milhões em 2020, para ações da pandemia, dividido entre três agências.
Após licitação em 2021, a Leiaute obteve novo contrato inicial de R$ 142 milhões anuais, dividido entre quatro agências, prorrogado até fevereiro de 2023, com aditivos que elevaram o valor para R$ 177 milhões anuais. Em novembro de 2023, nova licitação garantiu à Leiaute R$ 15 milhões, compartilhados com outras duas empresas, para comunicação digital.
Sidônio destacou que todas as contratações seguiram processos públicos transparentes, com aval da Procuradoria-Geral do Estado da Bahia.
