Diante da queda nas pesquisas e do desafio de consolidar sua base no Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta sexta-feira (28), a deputada federal Gleisi Hoffmann como nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI).
A SRI é a pasta responsável pela articulação política do governo com o Legislativo. Gleisi assume o cargo no lugar de Alexandre Padilha, que foi deslocado para o Ministério da Saúde, substituindo Nísia Trindade. A posse está marcada para 10 de março.
Com a nomeação, o governo passa a ter 10 mulheres entre os 38 ministérios.
Lula vinha demonstrando insatisfação com a articulação política, que considera pouco combativa diante da oposição no Congresso. Segundo interlocutores, o presidente disse que Gleisi merece a chance de mostrar sua capacidade de negociação, ressaltando seu papel na construção de alianças nas eleições de 2018 e 2022.
O anúncio, porém, não foi unânime dentro da base aliada. Deputados do MDB e Republicanos defendiam o nome do líder emedebista, Isnaldo Bulhões Jr. (AL), para o cargo. Já o ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), que tem a confiança de Lula, também chegou a ser cogitado, mas o Republicanos resistiu à ideia de deslocá-lo.
Essa dificuldade em encontrar um nome de consenso dentro da base reforçou a opção por Gleisi, um quadro interno e de confiança do presidente.
A nomeação acontece dias após Lula declarar que quer “mais agressividade” na condução política do governo. Na quinta-feira (27), ao justificar a demissão de Nísia Trindade do Ministério da Saúde, o presidente afirmou:
“Nísia era uma companheira da mais alta qualidade, minha amiga pessoal, mas estou precisando de um pouco mais de agressividade, mais agilidade, mais rapidez, por isso estou fazendo algumas trocas.”
