A campanha para levar “Ainda Estou Aqui” ao Oscar 2025 se tornou um fenômeno à parte, com investimentos que já ultrapassam o próprio custo de produção do filme. Embora os valores exatos não sejam divulgados, fontes da indústria estimam que os gastos com divulgação e eventos promocionais superam os R$ 45 milhões investidos na realização do longa, segundo o jornal Folha de S. Paulo.
Diferente dos modelos tradicionais de campanha, centralizados por um grande estúdio, o longa de Walter Salles seguiu um caminho descentralizado, impulsionado pelo sucesso em festivais internacionais e pelo investimento de diferentes distribuidores ao redor do mundo.
O projeto começou a ser desenvolvido em 2015, mas só em 2021, no Festival de Cannes, o filme foi apresentado ao mercado e teve parte de seus custos financiados pela pré-venda de direitos para distribuidores independentes de 21 países.
Com um orçamento exclusivamente privado, sem uso de verbas da Lei do Audiovisual, o filme foi vendido para 33 países e arrecadou mais de R$ 120 milhões em bilheteria internacional. Esse sucesso tornou a obra um produto comercialmente forte, levando distribuidores internacionais a aumentarem os investimentos na campanha pelo Oscar.
A disputa pela estatueta envolve estratégias multimilionárias, como eventos, jantares, sessões especiais para membros da Academia e anúncios em veículos especializados.
Nos Estados Unidos, a campanha conta com o suporte da Sony Classics, que tem apostado mais em debates e exibições para votantes do Oscar do que em propagandas tradicionais. Walter Salles e Fernanda Torres participaram de mais de 50 sessões de perguntas e respostas promovidas pelo estúdio.
Além disso, foi contratada a agência ID PR, especializada em campanhas de premiação, para coordenar as ações em Los Angeles.
O investimento, que já ultrapassa o custo da produção do filme, reflete a nova dinâmica do Oscar, onde o caminho para a vitória exige mais do que apenas um bom filme – é preciso construir uma campanha global e altamente estruturada.
